Ida e volta à Praça da Sé...
É um dos locais ao qual sempre estou indo. Não de canso de apreciar a paisagem da Praça Municipal, encostado na balaustrada da tradicional Sorveteria Cubana que lembra ao meu amigo Cristiano aquele bolinho de arroz que ficou tão famoso , mas que lhe deu dor de barriga... É verdade que a Cubana já não é a mesma, mas, pelo menos, existe e não desapareceu, como tantas coisas boas fixadas nas nossas lembranças. Da balaustrada, da cidade alta, olho a Baía de Todos os Santos, vejo o Forte de São Marcelo, o belo prédio da Capitania dos Portos do Estado da Bahia, o atual Mercado modelo, atrativo de turistas que visitam a cidade, o quebra-mar , um belo navio de passageiros entrando no porto, navios fundeados ao largo, a Baía de Todos os Santos com o seu mar azul e reflexos prateados provocados pelo sol, a Praça Cayru com o seu monumento. Num momento de devaneio, fecho os olhos e coloco nas águas da baía algumas centenas de saveiros navegando em todas as direções . Olho para a rampa do mercado, não tem nada!... Fecho os olhos novamente e entulho aquele quadrado de tantos saveiros quantos possam caber... crio uma floresta de altos mastros . Se for no fim do dia, claro que aproveito para curtir a ida do sol para o outro lado do mundo, desaparecendo por trás da ilha de Itaparica...que é uma cena maravilhosa e diferente cada fim de dia. Posso ver tudo isto, também do terraço do Palácio Rio Branco, ali, bem ao lado do Elevador Lacerda...
Sim, mas para estar por aí, eu preciso ir até lá, não é mesmo ? O transporte de sempre é o busão com a bandeira de praça da Sé, que faz final de linha pertinho da Praça Municipal. O Ônibus com a bandeira da Praça da Sé é engraçado. Já a dois pontos antes do final, quando pára, começam a descer idosos. São tantos os idosos, que a gente tem a impressão que não terminará nunca de descer gente. Dá para pensar que, continuamente, entra gente pelo fundo e sai pela frente, formando uma corrente constante e interminável... Quando, realmente termina, parece um milagre e aí é hora de subirem os idosos que estavam no ponto para fazer o trajeto até o terminal, onde, novamente acontece a mesma coisa. Não pára de descer idosos ! Quando o ônibus esvazia, é hora de subir. Novamente, uma onda de idosos, alguns com sérias dificuldades para se locomover, invade o veículo, muitos deles, para se fazer transportar para um ponto ou dois mais adiante. É impressionante a quantidade de idosos que circula pelas ruas subindo e descendo em ônibus. A maioria, como eu, sem ter o que fazer, passeia pela cidade inteira, subindo num ônibus, descendo um pouco mais adiante e, subindo em outro e assim por diante. Quando termina o dia ,é bem provável que já entrou e saiu de uns dez ou doze transportes. Bem, pelo menos, esta é uma das vantagens que a terceira idade nos proporciona... . O ônibus com a bandeira da Praça da Sé, é, realmente, um ônibus diferente , quase que exclusivo...Os motoristas já nem ligam mais... Na minha volta para casa, hoje ( 30.12.2008), subiram, no ponto final, que, no caso , ora é inicial, três senhoras. Uma magrinha, baixinha , com cabelos estranhamente grisalhos, uma outra , mais alta , usando um chapéu de lã branco, tricotado, uma bolsa a tiracolo na cor verde petróleo e blusa estampada... Ambas sentaram-se no banco que estava à minha frente e a terceira se acomodou em um outro, mais para trás , mas do lado oposto, para que a senhora do chapéu pudesse se comunicar visual e verbalmente com ela. A baixinha e grisalha , simplesmente, logo após sentar-se, sumiu das minhas vistas e a do chapéu começou a dar trabalho. Girando-se para trás, falava com a terceira que muitas vezes precisava se levantar e ir até ela. Em cada ponto em que o ônibus parava, ela se alvoroçava e queria descer. Era preciso acalmá-la para poderem fazer o trajeto até o próximo ponto. E, assim, foi o tempo todo, até que, chegando à Barra, finalmente, alcançaram o ponto de destino. Desceram do ônibus com alguma dificuldade e tomaram o caminho da praia do Porto da Barra...Era cerca de dez horas e meia , e o sol estava, já muito forte. Certamente, a praia deveria estar superlotada. Cheguei em casa cansado por causa do sol e do calor, ansiando por um copo com água gelada.
Este blog foi configurado para receber comentários e ou sugestões. Divulgue-o para os seus amigos e amigas.
É um dos locais ao qual sempre estou indo. Não de canso de apreciar a paisagem da Praça Municipal, encostado na balaustrada da tradicional Sorveteria Cubana que lembra ao meu amigo Cristiano aquele bolinho de arroz que ficou tão famoso , mas que lhe deu dor de barriga... É verdade que a Cubana já não é a mesma, mas, pelo menos, existe e não desapareceu, como tantas coisas boas fixadas nas nossas lembranças. Da balaustrada, da cidade alta, olho a Baía de Todos os Santos, vejo o Forte de São Marcelo, o belo prédio da Capitania dos Portos do Estado da Bahia, o atual Mercado modelo, atrativo de turistas que visitam a cidade, o quebra-mar , um belo navio de passageiros entrando no porto, navios fundeados ao largo, a Baía de Todos os Santos com o seu mar azul e reflexos prateados provocados pelo sol, a Praça Cayru com o seu monumento. Num momento de devaneio, fecho os olhos e coloco nas águas da baía algumas centenas de saveiros navegando em todas as direções . Olho para a rampa do mercado, não tem nada!... Fecho os olhos novamente e entulho aquele quadrado de tantos saveiros quantos possam caber... crio uma floresta de altos mastros . Se for no fim do dia, claro que aproveito para curtir a ida do sol para o outro lado do mundo, desaparecendo por trás da ilha de Itaparica...que é uma cena maravilhosa e diferente cada fim de dia. Posso ver tudo isto, também do terraço do Palácio Rio Branco, ali, bem ao lado do Elevador Lacerda...
Sim, mas para estar por aí, eu preciso ir até lá, não é mesmo ? O transporte de sempre é o busão com a bandeira de praça da Sé, que faz final de linha pertinho da Praça Municipal. O Ônibus com a bandeira da Praça da Sé é engraçado. Já a dois pontos antes do final, quando pára, começam a descer idosos. São tantos os idosos, que a gente tem a impressão que não terminará nunca de descer gente. Dá para pensar que, continuamente, entra gente pelo fundo e sai pela frente, formando uma corrente constante e interminável... Quando, realmente termina, parece um milagre e aí é hora de subirem os idosos que estavam no ponto para fazer o trajeto até o terminal, onde, novamente acontece a mesma coisa. Não pára de descer idosos ! Quando o ônibus esvazia, é hora de subir. Novamente, uma onda de idosos, alguns com sérias dificuldades para se locomover, invade o veículo, muitos deles, para se fazer transportar para um ponto ou dois mais adiante. É impressionante a quantidade de idosos que circula pelas ruas subindo e descendo em ônibus. A maioria, como eu, sem ter o que fazer, passeia pela cidade inteira, subindo num ônibus, descendo um pouco mais adiante e, subindo em outro e assim por diante. Quando termina o dia ,é bem provável que já entrou e saiu de uns dez ou doze transportes. Bem, pelo menos, esta é uma das vantagens que a terceira idade nos proporciona... . O ônibus com a bandeira da Praça da Sé, é, realmente, um ônibus diferente , quase que exclusivo...Os motoristas já nem ligam mais... Na minha volta para casa, hoje ( 30.12.2008), subiram, no ponto final, que, no caso , ora é inicial, três senhoras. Uma magrinha, baixinha , com cabelos estranhamente grisalhos, uma outra , mais alta , usando um chapéu de lã branco, tricotado, uma bolsa a tiracolo na cor verde petróleo e blusa estampada... Ambas sentaram-se no banco que estava à minha frente e a terceira se acomodou em um outro, mais para trás , mas do lado oposto, para que a senhora do chapéu pudesse se comunicar visual e verbalmente com ela. A baixinha e grisalha , simplesmente, logo após sentar-se, sumiu das minhas vistas e a do chapéu começou a dar trabalho. Girando-se para trás, falava com a terceira que muitas vezes precisava se levantar e ir até ela. Em cada ponto em que o ônibus parava, ela se alvoroçava e queria descer. Era preciso acalmá-la para poderem fazer o trajeto até o próximo ponto. E, assim, foi o tempo todo, até que, chegando à Barra, finalmente, alcançaram o ponto de destino. Desceram do ônibus com alguma dificuldade e tomaram o caminho da praia do Porto da Barra...Era cerca de dez horas e meia , e o sol estava, já muito forte. Certamente, a praia deveria estar superlotada. Cheguei em casa cansado por causa do sol e do calor, ansiando por um copo com água gelada.
Este blog foi configurado para receber comentários e ou sugestões. Divulgue-o para os seus amigos e amigas.
Foto de Sarnelli
2 comentários:
Um dia ainda irei conhecer Salvador. Não a Salvador dos folders turísticos, mas a Salvador que tens mostrado aqui, com teus textos!
E vou passear de busão, sim!
Bjus
Bia
bom dia,
gostaria de demonstrar a minha admiração por seu relato do seu dia em Salvador, minha terra natal, e que eu mesmo chamo de 'melhor lugar do mundo';quando alguem me pergunta de onde eu sou.
o seu texto é simplesmente maravilhoso... e eu que sou guia de turismo me sinto feliz de ver que pessoas sentem ainda satisfção em circular nesta cidade, apesar dela estar quase totolmente no abandono ,pelos poderes publicos.
Postar um comentário