quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Curiosidade sobre a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim





Bartolo Sarnelli adicionou 4 novas fotos.


Igreja de Nosso Senhor do Bonfim – Salvador/Ba.


Em postagem anterior coloquei a foto do gradil que contorna a Igreja, cheia de fitinhas significando pedidos e agradecimentos da população a um dos Santos mais popular de Salvador. e prometi contar o resto da próxima vez... Uma amiga, me cobrou , dizendo que iria aguardar o próximo capítulo e aqui está ele, claro que resumidamente. O porquê da construção da Igreja. Segundo é do meu conhecimento e através de algumas informações obtidas e mesmo uma poucas pesquisas , a história é a seguinte :
A Igreja de Nosso Senhor do Bonfim , uma das mais famosas de Salvador , foi construída sobre o cume de uma colina , conhecida como a Colina Sagrada , na península itapagipana e é uma das mais freqüentadas , principalmente às sextas feiras, onde se realiza , todos os anos , a chamada “ lavagem do Bonfim “ , um grande dia em Salvador, Em épocas passadas , a lavagem era mesmo realizada dentro da própria igreja , mas , depois , a festa ficou restrita à parte externa , provavelmente devido à presença de um grande público e à festa popular na praça em frente ao templo. A festa cresceu muito o movimenta, praticamente, toda a cidade.
Mas, vamos ao assunto principal !
A imagem do Senhor do Bonfim foi trazida de Portugal pelo Capitão da marinha portuguesa THEODÓZIO RODRIGUES DE FARIA . tendo chegado em 18.04.1745 , dia que coincidiu com um domingo de Páscoa. A sua vinda para o Brasil foi fruto de uma promessa do capitão que, ao ver-se envolvido por uma tremenda tempestade , prometeu que, se sobrevivesse, traria a imagem de sua devoção . Sobreviveu e cumpriu a promessa , trazendo uma réplica daquela existente em Setúbal. Como ainda estava por ser construída a igreja, a imagem ficou guardada na Igreja da Penha , até a sua conclusão , que aconteceu em 1754 , quando foi possível transferi-la para a atual Igreja de Nosso Senhor do Bonfim. Junto com ela , veio aquela de N.Sra. da Guia que se encontra , hoje, no mesmo local







quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Gente é descartável ? Tem prazo de validade ?



 Gente é descartável?
Emprego, amizade e até o amor – será que tudo agora tem prazo de validade, como lata de ervilhas?
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Achei o assunto interessante e, de fato, tendo transmitido a alguns amigos e amigas, houve a maior recepção e comentários , o que me animou a colocá-lo no ar. Recebi o texto por mail sem a indicação da autoria. Gostei do artigo e o estou divulgando. 

Você, certamente, vai apreciá-lo .
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(Acrescentando, a posteriori : via mail , me é  informado de que o texto postado pode ser de WALCIR CARRASCO 
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Convidado a jantar na casa de uma amiga, estranhei a falta de sua funcionária de muitos anos, sempre responsável por delícias gastronômicas. Estranhei. Perguntei pela cozinheira, sempre sorridente, que eu já cumprimentava com beijinho.
– Ah, demiti.
– Aconteceu alguma coisa?
– Ela passou do prazo de validade. Chamei outra.
A resposta me arrepiou. Cada vez ouço mais que alguém “passou do prazo de validade”. A expressão se inseriu no vocabulário. Como todos os elementos da linguagem, seu significado é maior que as palavras, simplesmente. Empresas costumam ser severas quanto ao que consideram como prazo de validade de um funcionário. Em geral, no máximo aos 60 anos, quando não aos 40, o executivo vai para a rua. Mesmo os de alto cargo. O argumento é sempre o mesmo, como ouvi certa vez de uma diretora de RH.
– A gente precisa renovar.
Alguém de 60 anos ou mais pode ser papa, presidente da República, e não diretor de departamento? Idade é necessariamente fator de renovação? Conheço jovens de cabeça fechada. Homens e mulheres maduros sempre abertos a ideias novas. Empresas, porém, têm esta política: envelheceu, perdeu. Quando alguém dedicou 20, 30 anos da vida a uma grande corporação, vai fazer o quê? Inicialmente, o demitido procura novo trabalho. Com muita frequência, seu currículo é preterido por alguém mais jovem. Às vezes se propõe a ganhar menos, aceita até uma posição menor. Ainda tem de ouvir o argumento:
– Achamos que era um cargo pequeno para você, que não se adaptaria. Merece mais.
Ele ou ela agradece, ganhou um elogio. E sai desesperado, porque o dinheiro no banco está acabando, o condomínio do apartamento de luxo, antes fácil de pagar, agora se tornou altíssimo, os filhos reclamam que querem grana para sair com os amigos, comprar roupas. Muitas vezes, o demitido monta empresa própria. Um grande erro. Em geral, acostumado a uma grande corporação, não consegue se virar com sua pequena empresa, sem estrutura. O dinheiro escoa, porque também não consegue diminuir o padrão de vida. Já vi o antigo CEO de uma empresa da área elétrica transformado em motorista de táxi. Como outros, montara a própria empresa, perdera tudo. Nunca mais conseguiu trabalho. Conheci outro motorista de táxi, antigo gerente, de porte médio. Ao ser demitido, depois dos 40, foi rápido:
– Vi meus amigos procurando emprego e batendo com a cara na porta durante um tempão, gastando o Fundo de Garantia, a grana da demissão. Esperei três meses, não apareceu nada, comprei o táxi e parti para outra.
Dei dois exemplos, a doméstica e o executivo, porque isso acontece em todas as classes sociais. As pessoas se tornaram descartáveis. Muitas vezes, quando entram em crise, por doença, separação, problemas, enfim, sua produtividade cai. Dão uma resposta indevida, demonstram nervosismo. O empregador resolve que passou do “prazo de validade”. No momento em que mais precisam de apoio, perdem o emprego. É difícil.
O mais chocante é que também tenho ouvido a mesma expressão para definir sentimentos e relações. Um amigo explicou sua separação.
– Nosso casamento passou do prazo de validade.
Como é? Então o amor é como uma lata de ervilhas, que vem com data de vencimento na tampa? Amizade também? Há muito tempo, quando minha avó Rosa, tão querida, morreu, fui ao enterro. Fiquei até colocarem o último tijolo no túmulo. De noite, recebi alguns amigos em casa, bati papo, mas com um nó no estômago, vocês sabem como é. De repente um deles se saiu com esta:
– Hoje, você está insuportável.
Nunca me senti tão agredido. Levantei e pedi a todos para saírem.
– Estou insuportável porque minha avó morreu, e isso dói muito – disse. – É melhor ficar sozinho.
Pediram desculpas, mas insisti para nos vermos outro dia. Creio que estava chato, irritado, sem sorrisos. Saíram ofendidos. Hoje, certamente diriam que nosso “prazo de validade” tinha acabado. Mesmo porque ficamos muito distantes a partir de então. 

Se eu não estava bem para participar da alegria alheia, me tornara descartável.

 Tratar funcionários, amigos, amores como se tivessem a durabilidade de um pedaço de bacalhau, no máximo, é uma crueldade incorporada à vida de boa parte das pessoas. 

Se você acha que as pessoas têm prazo de validade, só precisa se fazer uma pergunta. 

Como agirá quando alguém disser que chegou o seu? 
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Para mim, as pessoas não têem prazo de validade,  Eu tenho  uma opinião , mas não cabe externá-la aqui . Fica para uma outra hora !                          Sarnelli



sexta-feira, 1 de agosto de 2014

A ancianidade - uma divagação






A ancianidade – divagando sobre ela , num momento  descompromissado. Esta é uma crônica quase que sem nexo ou será que tem ? !

Sinônimo de ancião, velhice , antiguidade . –  Desde quando passei a me relacionar com o micro e com a NET, tenho recebido mensagens de diversos tipos com conselhos de diversos tipos sobre como conviver com os diversos tipos de idades que a vida nos proporciona.  Há filosofias diversas sobre a vida, sobre a nossa passagem sobre este planeta e conselhos de como devemos vivê-la. Há quem compare a vida como uma viagem de trem e que diz que chegando à nossa estação , não temos mais o que fazer senão descer, pois a viagem terminou.Vou me basear na ideia . 
Descendo do trem , vamos para outra dimensão que eu não faço a menor ideia de como seja , embora haja pessoas que dizem saber o que há do outro lado e ainda tentam lhe convencer...!
Eu sou do tipo pé no chão , que não acredito em nada , ou melhor , tipo São Tomé ,  que desejo ver para crer e não de carregar água em peneira até conseguir secar os oceanos...

Hoje, cheguei a um ponto em que, do alto dos meus quase 84 anos de idade, posso olhar para trás, o que não é meu costume fazer, e ver como foi a minha trajetória até aqui . O que me resta, não sei quanto será .
Portanto, não sei por quantas estações passarei ainda  nessa viagem de trem e em qual delas deverei desembarcar , deixando o trem seguir a sua viagem levando os passageiros que sobreviverem a mim ... É como a fábula do cesto de jabuticaba ! Até agora, vi amigos que estiveram nesse trem muito menos tempo que eu e vejo que outros estão me acompanhando numa espécie de corrida contra o tempo . Provavelmente uma corrida para ver quem chega mais longe e quem fica mais tempo sobre a crosta terrestre !...
Olhar para trás : me vejo criança subindo e tomando o meu espaço no trem da vida e iniciando a viagem . Claro que era criança e criança tem uns acertos endiabrados que lhe permitem todos os tipos de traquinagem. Eu não fui diferente. Vivia nas praias de Ondina pescando , catando pina-una , procurando polvos e lagostas. Naqueles tempos, ainda havia nas nossas praias , enchendo os pés de espinhos doloridos,  banhando-me e correndo “ jacaré “ com uma simples tábua ao sabor das ondas . já que na época não existiam as pranchas de fibra   e jogando futebol. Tudo isto, além de ir ao colégio todos os dias pela manhã. Estudei no Antônio Vieira . Antes, o primário, aconteceu no desaparecido Jesus Maria José no Forte de São Pedro e Também no primário da Casa D’Itália. O tempo passou, me transformei num jovem que depois de haver curtido o período de solteirisse muito bem aproveitada, começou a formar família , casando-me com uma linda italianinha que é  minha companheira até hoje , graças a Deus. Tinha cerca de 23 anos  quando entrei para o clube dos casados iniciando  um novo período na vida . E o tempo foi passando, passando, a família cresceu e fui chegando ao ponto de maturação em que hoje me encontro . 

Quais são as fases ? Existem,  realmente , fases ? Nunca as senti ! Infância, juventude , adulto e logo depois velho ?  Mas, por sorte acharam outras denominações e dividiram a velhice em outras fases de idade. Terceira idade , idade avançada , cada uma dentro de uma faixa  . Enfim , arranjaram apelidos ,  o que eu considero totalmente dispensável. Eu estou satisfeito a meu modo.
Bem, não sei em que ponto me encontro aos quase 84 anos de idade , mas não importa. Não me sinto diferente de quando tinha 22  ,  42 ou 62 anos ou ainda aos quase 84 de hoje. Vivi até aqui uma vida em que não percebi estar passando por etapas e me sinto, mais do que nunca , totalmente válido mentalmente , sobretudo, enriquecido , com todo o pouco , que é bastante,  conhecimento que adquiri percorrendo a quilometragem que a vida me permitiu até agora. É um processo progressivo e cumulativo  enquanto estiver bem com a cabeça; Acumulei um tesouro que não tem preço . Está todo ele guardado na minha cabeça; Não tem preço , não está à venda e não posso deixá-lo de herança para ninguém. O que sei, irá comigo;  Tem nome: experiência, que é como se você conhecesse uma estrada em todos os seus detalhes por ter passado por ela diversas vezes. Claro que não posso ter todo o conhecimento do mundo, mas acumulei uma boa parcela , o suficiente , sem que houvesse solução de continuidade na minha ida. Aconteceu de uma tirada só , e continua acontecendo, o que não me anima a considerar a idade por etapas porque a vida continua sem parar... Fiquei mais inteligente, entendo as coisas com facilidade  , mais paciente . Não senti ter passado por etapas de idades e continuo no meu assento, no trem da vida , até chegar à estação em que deverei descer para que ele continue a sua viagem com os que ficarem a bordo. Aí , vai terminar o meu prazo de validade !
Claro que não é desprezível o preço que o corpo físico tem que pagar. 


Enquanto o tempo me permitiu aprimorar e aumentar os meus conhecimentos, esse mesmo tempo cobrou um desgaste que me trouxe algumas limitações físicas e isso acontece com todo mundo, quem mais , quem menos, mas eu chego à esta altura apenas com pequenos estragos na lataria e na máquina , que parece poder ainda suportar a viagem por mais um período imprevisível. Me sinto, hoje, da mesma forma como me sentia aos 22 anos, com ressalva da chaparia e do chassis, que sofreram as desgastes naturais do tempo. Eu costumo dizer que, antigamente , quando queria um coco, ia buscá-lo no alto do coqueiro. E foi verdade ! Evidente que hoje tenho que comprá-lo na barraca da praia já aberto  com o canudinho.... Para falar a verdade  , cheguei a pensar que não esquentaria o meu assento no trem da vida  , contrariando algumas opiniões de quem insiste em  fracionar a vida em diversas etapas, estou tirando direto... Para mim , ela  é uma só ! Cada um de nós chega ao seu futuro em condições diversas, alguns ficam pelo caminho, descem logo nas primeiras estações, outros um pouco mais adiante , outros prosseguem, mas isso faz parte ... 

É como dizia um amigo meu: nós já nascemos com o passaporte para a última viagem, “visado” !
O meu humor ? Esse nunca mudou ! Envelheci o corpo físico, enriqueci a minha mente, continuo enriquecendo-a , ganhei experiências na universidade da vida ,  mas não deixei a criança que tenho dentro de mim crescer , pelo menos demais  ! Ainda gosto de brincar , e como ! O trem continua na busca do seu destino embarcando e desembarcando passageiros e eu vejo apenas a paisagem passando pela janela e ficando para trás mas outras , que estão à frente,  igualmente belas, aparecerão. Resumo: eu tenho uma idade só, indivisível , Passei e estou passando pela vida até aqui e o trem continua indo em frente ,  comigo instalado no meu assento , não sei até quando  ...
Algo muito importante , eu  ganhei : a soma dos anos de vida acumulados sobre os meus ombros me presenteou com uma liberdade que não tinha e me desobrigou de certos comportamentos sociais e padronizados . Hoje, eu posso falar, reclamar , exigir, criar as minhas pequenas confusões nas filas dos supermercados quando algo não funciona como deve e qualquer esquisitice que possa praticar é debitada à velhice . Posso ter, também, as minhas manias... Ainda tenho prioridade (em certos momentos, um direito discutível ) em filas e muitas vezes sou bem tratado por algumas pessoas e desconsiderado por outras . Algumas pessoas pensam que estou gagá... 

Mas, como estão enganadas! Estou, sim , é me divertindo ! rsrsrsrsrsrsr
Para mim próprio , não aceito parcelar em fatias a minha vida , pois a estou vivendo de uma vez só e continuamente. Claro que não sou mais um jovem . Sou um ancião , idoso , mas consegui fazer isso de uma esticada só ! Ah, e por quantas coisas boas eu passei ! A garotada de hoje não faz a menor ideia ! Foram coisas simples , numa época melhor .

Ao término da leitura desta crônica ( depoimento ? ), é possível que você diga que estou na contra-mão , mas é isso mesmo. Eu sou diferente. Não sou padronizado. Só não garanto que os meus pinos estejam batendo certinhos.

Sarnelli, 31.07.2014