sexta-feira, 25 de setembro de 2015

A importância do saveiro no passado

              Saveiros – uma visão do passado
os tempos saudosos se foram! Você não pode , ou pode ? imaginar o que era chegar na praça da prefeitura, parte alta da cidade , pela manhã e ver a Baía de todos os Santos cheia de velas que se movimentavam em todos os sentidos, a despeito da direção do vento. A mesma cena se repetia diariamente nos fins de tardes , mas, desta vez, quase sempre , emoldurada pelos belíssimos pores de sóis que acontecem em Salvador. É o sol descendo por trás da ilha de Itaparica, na verdade, ilha de Santa cruz , deixando o céu rosado . O sol some , mas o céu continua rosado ! Maravilha ! Os saveiros marcaram uma época e foram eles que movimentaram a economia do recôncavo baiano, ou seja, abasteciam a cidade antes de aparecerem as estradas asfaltadas e os caminhões, com maior capacidade de carga e rapidez. Foram cenas que inspiraram grande pintores que deixaram imagens em óleo sobre telas... Desculpe , mas se você andou numa escuna, apenasmente andou numa escuna , mas pode pensar dessa maneira na sua forma de sonhar e de fazer de conta. Os saveiros eram diferentes. Rústicos, tripulação rústica, quase sempre analfabeta, mas que conheciam o mar , o céu e as estrelas , como as palmas das suas próprias mãos. Você se misturava com coisas da terra que iam de um lado para o outro. Virava natureza Você se misturava com as coisas da terra , entendeu ? Era o vento que lhe transportava! Hoje as escunas vão a motores... Sabe de uma coisa ? Ao escrever estas últimas linhas me emocionei um pouco .
Tantas coisas ficaram para trás , que essa meninada não faz a menor idéia do que perdeu...
O interessante é que os saveiros procedem da Índia! Passaram por Portugal e eram utilizados na pesca do " savel " , um peixe de lá, ou peixinho, e daí o nome. Aqui, foram adaptados para navegarem em águas rasas e podem , simplesmente, pousarem sobre as areias das praias quando a maré baixa. Só voltarão a flutuar, logicamente, quando ela , a maré , subir, depois de descarregados ou carregados com novas mercadorias.
Eles abasteceram de tudo , não apenas a capital ,como todas as cidades do recôncavo baiano. Foram os heróis do mar !
Sarnelli
Sdr. 25.09,2015

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O bisneto de Michelangelo !

                       foto da Internet - autor desconhecido

O neto de Pasquale

Quantos de vocês usaram os bondes para ir e voltar do trabalho ou mesmo da escola.?
Este que aparece na foto está passando pela praça Castro Alves e descendo da         antigamente famosa Rua Chile ( Ver e posição do arco que faz o contato com a linha aérea eletrizada ) Ao fundo , o monumento a Castro Alves de autoria de Pasquale De Chirico , vendo-se ainda parte da Baía de todos os Santos.


Esta postagem , por mais simples que tenha sido, me causou um pequeno problema, uma pequena confusão. Eu incluí  uma nota colocando em destaque o fato de que, coincidentemente ,  na foto , aparecia o monumento a Castro Alves , de autoria de Pasquale De Chirico e que, não obstante , mesmo estando  com uma idade avançada, sou ainda,  neto do “ autor”, fato que hoje causa alguma dúvida comprovada . Claro que me referia ao autor da estátua. Na verdade, eu pretendia mostrar o bonde,  mas o monumento veio junto...
Foi aí que tudo começou : que lindo, você é neto de Castro Alves ? perguntou uma pessoa ! Você é uma pessoa importante , então !...

Lá fui eu explicar : Não, eu sou neto do autor do monumento . Pasquale De Chirico ,  foi meu avô materno.

A seguir, veio mais alguém com este comentário : Então , você é bisneto de Pasquale De Chirico ?

Não teve jeito, tive que dar nova explicação : Não , Vamos esclarecer isto definitivamente . Pasquale De Chirico foi o meu avô materno. Pai da minha mãe Emilia  . Então, é assim : eu sou filho de Emilia de Chirico, filha de Pasquale De Chirico que por sua vez era filho de Michelangelo .

Foi aí, que não deu mais!  Quer dizer que você é bisneto de Michelangelo ? Que coisa boa , que coisa chic ! Você é uma pessoa importantíssima! ...

Já não sabia mais o que dizer,  quando fui verificar dados para encerrar o assunto dizendo que o Michelangelo referido viveu entre 06.03.1478 e 18.02.1564 , datas de nascimento e morte do artista renascentista. Morreu pouco mais de 63 anos depois de descoberto o Brasil e que o meu avô, o meu Pasquale De Chirico ,  faleceu em Salvador em 31.03.1943. No século passado .

Parou aí ! Ainda bem !.... Mas o meu bisavô materno, se chamava mesmo Michelangelo , mas, claro  com o sobrenome de De Chirico.
Bartolo Sarnelli
Rio Vermelho , Sdr (Ba) – 23.09.2015

sábado, 5 de setembro de 2015

Conversa de mercadinho ou de rua


                             


Era uma dia de sábado e eu tinha um compromisso muito sério e com hora marcada  com um grupo de amigos , mas ainda era relativamente  muito cedo . O sol brilhava e a temperatura estava agradável. Caminhei lentamente a estrada que separa a minha casa do mercadinho DO GORDO, que não fica longe e, chegando lá, como de praxe ,os cumprimentos e  as brincadeiras de sempre. O gordo havia cortado os cabelos num estilo muito elegante, pois ele é vaidoso e gosta, demais de , parecer bonito e cheiroso. Simpático , até que ele é ,  porque todo gordinho é boa gente  e, como sempre, sorridente e dizendo umas e outras,  ia levando o seu negócio. Mas , como sempre, criticou a minha barba mal feita. Na verdade, já era uma barba de dois dias e eu tenho mesmo problemas com os pelos do rosto. Não consigo, ultimamente, encontrar um aparelho, apesar dos “ últimos lançamentos milionários “ ,que fizeram encarecer a barba de todos os dias ,  que me faça uma barba satisfatória. Provavelmente por ter uma barba rala, as lâminas, apesar da modernidade, não pegam todos os fios e o resultado e uma barba mal feita , motivo para o Gordo zombar de mim. Mas não ligo. Afinal, não tenho a vaidade, como ele , de querer parecer bonito. Eu sou eu ele é ele  e pronto !
A entrada do mercadinho é um pouco acanhada,  porque no mesmo espaço estão uma lanchonete, duas geladeiras e o balcão do caixa onde o Gordo se instala e fica, aí sim, parecendo um rei... o rei do gelo ! Depois o espaço se amplia.
Éramos diversas pessoas e estávamos numa conversa em que se misturavam diversos assuntos. Falava-se de pobreza , quando eu disse: não se incomodem,  porque a Dilma vai deixar todo mundo pobre ,  com esse tal de ajuste fiscal que dá origem ao aumento ou criação de novos impostos. Uma voz atrás de mim,  disse: Não, eu amo a Dilma , não falem assim, pois tudo o que eu tenho devo a ela,  e completou : não tenho mais nada . Risadas em geral. Viram como é divertido você ir até o mercadinho comprar meia dúzia de bananas para o consumo do dia ? OU mesmo até a padaria ? Sempre encontra alguém espirituoso. Pois é . Nestes momentos, você sempre sente o calor do povo e, de quebra , ouve uma piadinha que, no caso não seria uma piada. É fato que causa as consequências que estamos começando a sofrer na carne, mas com o espírito brasileiro de levar tudo na gozação, por mais arrochado que esteja. Uma loirinha gelada ameniza qualquer situação !


Sarnelli, 05/09/15
Rio Vermelho, Salvador / Ba.