terça-feira, 29 de outubro de 2013

História da aviação Brasileira




Histórias da aviação brasileira




  imagem captada no Google

Hoje li no jornal que a marca Varig irá sumir até abril de 2014. A Gol, atual dona da companhia, entende que os passageiros associam a marca Varig a aviões velhos e  ultrapassados, mesmo sendo a frota composta por aeronaves novas e modernas.

Lendo isso, imediatamente comecei a viajar no tempo e a lembrar da antiga Varig. Ela, como a Petrobras ainda é, era um verdadeiro símbolo nacional.
Como dizia a propaganda, era "uma estrela brasileira viajando pelos céus azuis do mundo", anunciando à todos, que nós brasileiros éramos também capazes.
 Em uma época em que o Brasil era apenas futebol, carnaval e café, a Varig viria a se tornar um verdadeiro orgulho para o Brasil.

 Lembrei-me também do glamour que era viajar por esta companhia aérea e em seguida me veio a triste lembrança da sua falência. Isto me fez pensar como tudo na vida parece ser realmente instável, mutável e impermanente.

A Varig, durante a sua existência, chegou a se tornar uma das maiores e mais conhecidas companhias aéreas privadas do mundo, concorria até mesmo com a grande PanAm dos americanos.

Era famosa pelos seus serviços de bordo e sempre primou pelo requinte. Na sua Primeira Classe,  servia-se até caviar. Mas a Varig não era só isso, não era só caviar e champanhe. A Varig era competência.

O treinamento de seu pessoal sempre foi uma meta permanente da empresa. Ela não se preocupava só com os seus pilotos e comandantes. Para isso, implantou um Centro de Treinamento Operacional, conhecido internacionalmente como "Varig Flight Training Center", que era um centro integrado para treinamento das  principais áreas operacionais da companhia,  onde eram oferecidos mais de 60 cursos diferentes.

Seu setor de Engenharia e Manutenção era reconhecido pelo seu alto padrão técnico. Prestava serviços também para diversas outras empresas nacionais e internacionais.

Durante os anos áureos, seus escritórios de atendimento no exterior eram considerados verdadeiros consulados extras-oficiais do país, pois prestavam os mais variados serviços de apoio ao público brasileiro em viagem.

Apesar de toda a expansão da empresa, incorporação de inovações tecnológicas, compra de aviões cada vez mais novos e serviços sofisticados a Varig começou a apresentar balanços negativos. Os atentados de 11de setembro que abalaram, de forma geral, toda a aviação comercial do mundo, não pouparam a Varig.

Em uma tentativa de recuperação, chegou-se até a mudar a sua identidade visual, adotando a famosa "estrela dourada".

Com o aprofundamento da crise, supostamente devido ao reflexo do congelamento das tarifas aéreas pelo governo, nas décadas de 1980 e 1990, completadas por uma administração ineficiente que não tomava qualquer atitude para evitar o crescimento da crise e reduzir as dívidas da empresa, a Varig "voava" cada vez mais rápido para a falência.

Nesta época, só o governo federal devia mais de 4 bilhões de reais ao grupo. Além disso, a Varig começou a  perder espaço para outra empresas que adotaram o modelo Low Cost que conquistou definitivamente o público brasileiro.

Após sobreviver por 79 anos, em 2006 começaram as demissões, totalizando somente em um, dia mais de 5000 cortes de postos de trabalho.

A Fundação Ruben Berta, inicialmente chamada de Fundação dos Funcionários da Varig detinha o controle acionário da companhia. O seu objetivo principal era atuar como um fundo de previdência, prover benefícios médicos e assistenciais aos seus  funcionários.  A fundação também tinha um caráter filantrópico possibilitando ao cidadão comum, o acesso a medicamentos de necessidade vital sem similar no Brasil, oriundos dos Estados Unidos e Europa. Ela assumia a intermediação entre pacientes e distribuidores.

Outro caso emblemático da aviação brasileira foi o da Panair do Brasil, que após 35 anos de existência da noite para o dia teve o seu fim decretado pelo governo.
A destruição desta companhia teve a influência direta da política da época. Existia uma perseguição do regime militar contra seus proprietários, estes também, donos da  TV Excelsior,  que foi igualmente fechada por ordem da ditadura militar brasileira.
Ao contrário da Varig, a Panair do Brasil tinha um acervo gigantesco que superava em muito o seu passivo. Ela era dona da Celma, uma avançada oficina de retificação de motores que é até hoje é a maior da América Latina, e que atendia não apenas a Panair, mas também outras empresas e a própria Força Aérea Brasileira.
A Panair do Brasil tinha hangares equipados com tecnologia de ponta, de nível comparável a países de 1º mundo, e uma rede de agências consulares instaladas nas mais importantes capitais européias. Também era responsável por toda a infra-estrutura de telecomunicações aeronáuticas do país e por boa parte dos aeroportos do Norte/Nordeste, foram construídos com recursos próprios.
Os ex-funcionários da Panair do Brasil tinham orgulho de trabalhar para aquela companhia e com o seu fechamento, desde 1966, cerca de 400 pessoas passaram a se reunir anualmente, para lembrar os velhos tempos, celebrar e rememorar as agruras e as glórias da aeronáutica brasileira. Porém tudo isso virou passado, tudo virou pó, já não existe mais.
A impermanência das coisas é um fator natural da vida. Porém quando adicionamos a ela a política e grandes doses de incompetência, geramos uma mistura que passa a ser um catalisador da própria impermanência.
Isto foi o que aconteceu com estas duas grandes companhias aéreas brasileiras. A partir destas ocorrências a aviação comercial brasileira nunca mais foi a mesma.

Autor: Claudio Sarnelli]
Geólogo – Salvador/Bahia/Brasil

Esta crônica foi escolhida pelo Blog do Sarnelli , de tudo um  pouco, para ser postada
por ter sido  uma das melhores recebidas até hoje. É tudo história e não há nenhum desvaneio no texto do autor. De parte de tudo isso eu mesmo participei e atesto a sua veracidade. Quantas vezes viajei na Varig, Varig, Varig ... e outras companhias  como  a Cruzeiro , Loide Aéreo Brasileiro , Sadia ,Vasp ? 
É apenas uma coincidência que o autor seja nada mais nada menos o meu filho mais velho, o Claudio Sarnelli mas e obrigatório reconhecer que foi bucar tudo isso no túnel do tempo trazendo a matéria para o presente, à disposição de quem não teve a felicidade de viver aquela época. 

Para acessar diretamente o Blog do Claudio Sarnelli, cesse o link

                                                          
                
Claudio Sarnelli 25/10/2013                                                                   

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Estacionamento Vaga especial - Será que pega em Salvador ?


Posted by Picasa

Mais uma obrigação a cumprir, Conseguir e usar o cartão de estacionamento em vagas especiais para os idosos , gestantes e portadores de necessidades especiais .O pessoal anda tentando implantar algo que não seria novidade , mas  com  pouca probabilidade de funcionar a contento,  devido,  em  grande parte , à  falta de educação de boa parte da população.



E isto só poderá ser feito , a partir de agora, diretamente na TRANSALVADOR, na sua sede do Vale dos Barris ou,  ainda,  eventualmente ,  em algum shopping se houver uma turma em atividade nas galerias de serviços;

Como não estão nas ruas ,  porque ainda não chegaram lá... Na verdade, vivem uma outra realidade , distanciada da população e , portanto , também não sabem muitas coisas do dia a dia da cidade como um todo . A maioria é jovem , dispõe de um aparato que lhe dá amparo à todas as situações e necessidades , transformando-os em pessoas diferentes das outras , ou, mais claramente especificando, especiais, ocupando  um cargo que lhes dá uma certa autoridade sobre as demais . Muitas delas se consideram autoridades, pensamento que conflita com o meu, que não reconheço a figura da autoridade e sim a de funcionário público, ocupando um cargo de certo nível na administração do que quer que seja, podendo ser  ser até uma cidade ou de um setor dela. A rigor, o próprio Presidente da República, não passa de um funcionário público colocado na cadeira mais importante do país, pelo povo , recebendo salário como  qualquer trabalhador, retirado dos impostos que a população sacrificada  paga em tudo o que faz , compra e consome. Nestas condições, não há porque quem quer que seja, se queixar.

Está tudo bem para os gestores, só precisam mostrar serviço ... Chega a hora em que gerações anteriores como a minha , precisa entregar o seu lugar ou posto aos que vieram atrás  e que passam a nos comandar .

Regulamentos , ordens de serviços, leis, etc., passam a ditar as nossas atitudes , porque sem leis e regulamentos que precisam ser respeitados, a sociedade não consegue conviver ordeiramente. Nós,como é  meu caso, com prazo de validade vencido , segundo o INSS , já começamos a atrapalhar o andamento das coisas. Nossa culpa é que envelhecemos e já somos demais ! A culpa, na verdade, é do tempo... É preciso administrar esta faixa da sociedade,  já velhinha , que necessita de cuidados especiais e que se transformou em um problema para os gestores da coisa pública.  Termos vivido um pouco mais e estamos colaborando para envelhecer a população ! ! ! Poderíamos dizer que a nossa vida mais longa nos deu uma experiência maior,  mas, coisa interessante, as novas gerações já nasceram sabendo tudo e não precisam de nós ! ! !. Descobriram que precisam nos dar atenção, para que atrapalhemos menos ! ! ! Criaram o tal do estatuto dos idosos que não sei se funciona. Os supermercados , embromando, criaram um caixa especial que quase nunca funciona, que deveria ser dos idosos , mas apenas, em alguns casos, preferencialmente, é claro. Não exclusivo. Tenho brigado muito por isso e alguns até colocaram uma placa mostrando o caixa exclusivo que não é tão exclusivo assim, basta estar ocioso.Quando você chega, encontra uma jovem de uns 30 anos descarregando um carrão de compras e você é obrigado ou obrigada a aguardar , e ela justifica: estou grávida, mas não aparenta e muito menos apresenta atestado médico!... Sim, se eu não parar por aqui , irei longe. Eu comecei querendo falar de uma novidade que não é  tanta novidade assim, aqui em Salvador.Já existe em outros estados, S.Paulo, por exemplo . Cartão de idoso para ter direito a estacionar o seu veículo em qualquer vaga previamente marcada “ Vaga exclusiva para idoso “ – Se não tiver o cartão, segundo me disseram e é até possível que seja assim , além de levar uma multa,  pega pontos negativos na sua carteira de motorista ! No sábado passado, estive no Shopping Barra, onde estão distribuindo os tais cartões . Não havia ninguém no setor , mas a coisa pegou porque não ando com a última conta de luz e de água no bolso e eu precisava de um comprovante de endereço. Burocracia ! Pura burocracia, porque,  para atestar que sou idoso,  tenho que dar o meu endereço ? Eu sou idoso em qualquer lugar, more onde morar , a qualquer hora do dia ou da noite , principalmente... Não basta a minha fisionomia de bisavo? Ora, pergunto eu: comprovante de endereço para comprovar o que ? Que sou idoso ? Para isso  preciso informar onde moro ? Não basta o meu rosto com o qual circulo por aí hà quase 83 anos ? Bem, vá lá. Eu quero esse documento para me convencer que envelheci. Alguém precisa me provar isso . Estou me preparando para voltar ao shopping e conseguir mais esta identidade para a minha coleção que está ficando grandinha. Isso é coisa de gestor, qualificado ou não ,  e efeito do benefício do ar condicionado do seu gabinete não encoraja a enfrentar as mazelas da cidade... O que ele precisa fazer é tirar a bunda da cadeira e sair por aí para ver como são tratados os idosos nas ruas. Ver um motorista passar direto pelo ponto deixando um idoso que está dando sinal, só porque não quer parar para embarcar um pessoa com uma idade mais avançada no tempo e ainda passa debochando, sorrindo ! O que precisa, isso sim, é educar o povo , fiscalizando e punindo os faltosos e não os velhinhos sem o cartão ! ! ! !  Uma grande maioria da população é mal educada , em todos os sentidos , mas vê o idoso como algo superado se esquecendo que todos estão indo neste sentido, pelo menos, a não ser aqueles que ficarem pelo caminho e não chegarem onde chegamos ... Se houvesse educação e respeito ,  muitas coisas não seriam necessárias ! ! ! Leis e regulamentos seriam desnecessários.


Pois bem, estou fazendo hora , esperando o shopping abrir. Depois eu conto o resto !... Vou indo !


Voltei , com o tal do atestado de velhice nas mãos ,  mas, ao sair, fui logo tomando um susto. Uma amiga do bairro que passeava pela pracinha com o seu cãozinho de estimação me informou que hoje era dia do funcionário público. Gelei !... 

Eu tinha programado voltar ao shopping hoje porque queria o tal documento. Coisa de velho mesmo ! No entanto , segui em frente na esperança de que,  pelo menos o pessoal da Transalvador, estivesse de plantão, confiando, em parte, no que a moça me disse no sábado. Volte na segunda bem cedo porque só estaremos aqui até o dia 31 e isso aqui vai encher de gente. Quando entrei na galeria de serviço, mais um susto. 

O shopping já havia aberto, dado bom dia aos clientes, e me deparei com o espaço da Transalvador fechado. Mas não demorou muito e as moças apareceram. Coisa de minutos. 

Fui o primeiro , mas logo foram chegando outras pessoas e o atendimento foi ficando um pouco lento porque a internet não estava correspondendo, o que provocava demora na impressão do cartão e posterior plastificação. Tem uma coisa , não se pode estacionar na vaga errada , Sai, no mínimo, uma multa. 
Termino esta crônica com uma dúvida que deixo no ar, esperando ter tempo para saber se funcionou ou não. 

Com essa turma mal educada que anda por aí, a coisa vai funcionar?  Não há divulgação e a maioria não está sabendo da novidade... Para os mal educados não fará diferença...Vamos aguardar para ver ...



Outra coisa : quem vai fiscalizar ? Com tantas coisas importantes por aí acharam de dar em cima , justamente, dos velhinhos? Acho que a turma do trânsito não tem o que fazer e não tem o menor interesse em se envolver em engarrafamentos que deixam a cidade parada o dia inteiro. Estão querendo, justamente nos incomodar e  pegar nos nossos pés ?

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Quanto vale um sorriso e uma palavra amiga !






Quanto vale um sorriso , uma brincadeira e  tratar bem as pessoas !

Foi na segunda feira , 21 de outubro,  um feriado em comemoração ao dia dos Comerciários que resolvi ir ao consultório da minha cardiologista apanhar uma receita de um remédio do qual não posso prescindir. A farmácia onde deveria comprá-lo, estava fechada. Resolvi então procurar uma outra que eu sabia existir ali bem pertinho e, passo a passo, com a minha bengala, tomei o caminho , vagarosamente.Não era longe, algumas centenas de metros.No caminho, sempre caminhando sobre o passeio calcetado em pedras portuguesas e como muitos outros existentes em Salvador e construídos com este tipo de pedra , com um boa quantidade de buracos produzidos por pedras soltas , me deparei com um rapaz que varria o passeio largo , recolhendo as folhas secas  de um oitizeiro . Me aproximei dele, o cumprimentei  pedindo licença para passar . Ele parou de varrer para me dar passagem e eu não espalhar as folhas que ele já havia ajuntado, esboçou um sorriso que podia significar até um até vista e eu me fui para bater a cara na porta da outra farmácia, também fechada. Hoje, já terça feira, com a receita no bolso, resolvi ir pegar o remédio. Não que já estivesse me faltando,  mas a ocasião estava propícia e eu desejava dar uma saída. Respirar o ar da rua , ver o movimento,   o mar e  circular um pouco sob o céu azul de Salvador. Soprava uma brisa fresca procedente do mar . Um céu com um azul diferente que é só nosso , cobria a minha cabeça, só que eu havia saído sem o chapéu ! O sol já começava a estar forte... Cheguei na hora em que a farmácia estava abrindo, adquiri o meu medicamento por um preço ínfimo, na Farmácia Universitária e me Lembrei de ir ver na Farmácia do Povo, se havia um genérico que também é usado aqui em casa. No caminho, no mesmo local e na mesma situação de ontem , me encontrei com o mesmo rapaz varrendo o passeio. Então lhe disse sorrindo: puxa, ontem nos encontramos na mesma situação e exatamente neste mesmo local . O jovem me olhou e se aproximou de mim dizendo: o senhor é uma pessoa educada ! Há poucos momentos,  um jovem quase me bateu por eu estar varrendo, dançou em frente à minha vassoura e só faltou me bater. O senhor é educado e gente fina . No falar,notava-se ser um jovem do interior de pouca instrução , humilhado com o seu anonimato , com a sua vassoura e a sua invisibilidade,  desse que as pessoas passam e por estar com uma vassoura nas mãos , varrendo um passeio , não lhe dá a menor importância ,como se ele na sua situação, também não fosse uma peça importante na sociedade. Conversamos um pouco , à esta altura eu já com o braço esquerdo apoiado no seu ombro , quando ele chamou o segurança  todo feliz para me mostrar, pelo simples fato de que eu havia falado com ele e até passado o braço esquerdo sobre o seu ombro. Demos algumas risadas, nos despedimos e eu segui olhando para trás para ver a fisionomia feliz de um jovem , só porque alguém havia falado como ele...e o tratado como gente em igualdade de condições. Quanto vale um sorriso , e o que custa tratar bem uma pessoa, esteja em que escala estiver da sociedade ? No caso, tenho a certeza de que ainda o encontrarei outras vezes mas já na condição de velhos amigos. Um José qualquer mas ,  naquele momento, feliz da vida,  por tão pouco . Já passei por ele antes . diversas vezes ,  sem vê-lo , mas, certamente, isto não se repetirá. Se valeu par ele , podem ter  certeza de que valeu para mim também.

Sarnelli, 21/102013.
Rio Vermelho, Salvador, Bahia, Brasil.