quarta-feira, 25 de julho de 2012

A história do AUGUSTA


Foto/Fonte : Internet/Google
Posted by PicasaAlberto Sarnelli e o ‘AUGUSTA




Recorrendo à minha memória de criança, retrocedo aos anos 40 do século passado , quando a segunda guerra mundial assolava o mundo

Nós já estávamos no Brasil. Eu nasci em 1931 e já entendia alguma coisa, mas, claro que, criança que era, não dava a menor importância ao que estava acontecendo por outras bandas do mundo. Meu pai já havia trazido a família da Itália, chamado que foi pelo meu avô materno para trazer um monumento, via marítima, esculpido e fundido na Itália. Nos primeiros tempos, o velho Sarnelli ajudava o sogro na instalação do monumento ao Visconde de Cayru na praça do mesmo nome , em frente ao atual Mercado Modelo , mas, depois, foi preciso arranjar outro trabalho. Por uns tempos ele vendeu rádios para uma firma que, se não me falha a memória, se chamava Byghton & Cia, chegando mesmo a ganhar um rádio , daqueles valvulados que era preciso esperar esquentar e depois , quando funcionava, o que mais se ouvia eram descargas elétricas , como prêmio , por ter sido o vendedor que se destacou em determinado mês. Enquanto isso , a vida ia acontecendo em todo o mundo , onde haviam guerras e onde havia paz como por aqui , mas com reflexos políticos , principalmente para os componentes do eixo, quer dizer, para os alemães, japoneses e italianos. Uns foram presos, outros perseguidos , como o meu pai, que chegou a sofrer um derrame que, felizmente , não deixou seqüelas, que se retirou para a cidadezinha de Mata de São João onde iniciou uma atividade avícola, comprou algumas casinhas que alugava para ter uma renda uma vez que estava sem trabalho.Antes disso, ele já havia mudado de trabalho. Era empregado em uma agência de navegação cujo dono era um Senhor de nome Theodósio. Como todos os mortais, o dia dele chegou. As irmãs, se não me engano, eram duas, resolveram entregar a agência ao Alberto , que por coincidência, tinha o pai em Napoli , também funcionário da mesma companhia de navegação, que, com a sua influência ,conseguiu que a agência da companhia Andrea Zanchi em Salvador, ficasse, definitivamente , com o meu pai, o Alberto. A coisa ia indo, até que estourou a guerra em 1939 , que durou até 1945 . O azar foi o Mussolini se aliar à Alemanha e ao Japão e então surgiram as potências do “ eixo” como eram chamadas esse trio. A navegação marítima de longo curso deu uma parada. Navios brasileiros estavam sendo torpedeados nas costas do Brasil para cortar linhas de abastecimento . Getúlio Vargas colocou o Brasil em guerra ao lado dos americanos e ingleses . Na oportunidade, nos começo da década de 40 , ainda havia abastecimento via marítima de produtos da América do Sul para a Europa, que foi interrompido devido ao perigo de torpedeamento. Foi aí que a história começou. Não me lembro exatamente quando. Eu deveria ter entre 8 a 10 anos e estava , como criança, alheio a certas coisas. O mundo, para mim, era só alegria e brincadeiras . Apenas ouvia algumas notícias no rádio e alguns comentários dentro de casa porque todo cuidado era pouco, mas não me interessavam. Bastava uma simples desconfiança e ou uma denúncia para transformar a vida do indivíduo num inferno . Meu pai ,  "  do ponto de vista dos americanos e ingleses, era persona non grata " . Como agente de navegação de uma companhia italiana era uma das pessoas visadas e cujo nome figurava da lista negra dos aliados ( americanos, ingleses ),  mas ainda contava com a proteção do consulado italiano, enquanto o Brasil manteve relações diplomáticas com a Itália e até quando próprio Brasil entrou na contenda enviando os pracinhas para a Itália . Para piorar a situação , entra na vida dele o navio Itáliano “AUGUSTA” que estava seguindo para a Itália com um carregamento de dez mil toneladas de carne argentina para o governo italiano. O navio estava à altura do Recife , quando a companhia ordenou ao comandante que se refugiasse no porto de Salvador. De nada adiantaram os argumentos do comandante , alegando que estava muito mais perto do Recife ,mas a ordem teve que ser cumprida e o navio com as suas dez mil toneladas e carne veio lançar âncora dentro da Baía de todos os Santos, bem em frente à antiga feira de água de Meninos, onde depois construíram o Frigorífico FRIUSA ,na companhia de um outro que se chamava ’LIANA”, também de bandeira italiana , este, carregado de milho, tudo procedente da Argentina.Como agente da Companhia Andrea Zanchi , meu pai assumiu as suas responsabilidades enfrentando as dificuldades que apareciam constantemente porque havia, na época, o  que é compreensível ,um forte sentimento de nacionalismo. Ele Era, para todos os efeitos, um elemento do eixo, chamado de “ quinta coluna “ , ou seja , inimigo . Do “ LIANA” , com a sua carga de milho ,não sei dizer nada , porque pertencia à uma outra companhia e as conversas que rolavam em casa só diziam respeito ao “Augusta” e seu problema , ou seja: ao trabalho em ndamento. O navio, enquanto ancorado e com os frigoríficos funcionando, era abastecido de carvão que vinha regularmente do Rio de Janeiro , por mar, mas, depois de um ano nessas condições, o equipamento frigorífico começou a apresentar defeito e parte da carne começava a dar sinais de deterioração. Foi quando decidiriam desembarcar a carne e charqueá-la. Parte dela, chegou a ser jogada ao mar, em alto mar, mas custava a descongelar e a maré a trazia para a praia onde o povo a apanhava para consumo. O financiamento da empreitada ficou à cargo do Banco Francês e Italiano para a América do Sul S/A, que fornecia ao meu pai talões de cheques em branco e sem limites para saques , destinados às despesas e ao investimento total. Foi preciso arranjar-se um local para a charqueada e ele foi encontrado perto de onde é hoje a MAKRO ( hoje, seria às margens da BR324),no sentido  Salvador / Feira. Resolvidos os problemas financeiros, localizado o terreno , necessário se fazia em técnico especializado , que foi ser encontrado no Frigorífico Anselmi do Rio Grande do Sul .Toda a carne descarregada do navio foi transportada para o galpão da charqueada onde passou a ser descongelada e processada. Meu pai me levou uma vez . Eram montanhas de carne e dezenas de operários manejando enormes e afiada peixeiras , no preparo das mantas para serem secas ao sol.

Todos os dias , via meu pai sair de casa portando , do lado direito e na cintura , um 32 com cabo de madre-pérola, que ele dizia ter pertencido ao seu próprio pai , um exímio atirador ,  mas nunca ouvi dizer que tivesse tido a necessidade, nem ele nem os outros envolvidos com ele na empreitada, de dar um de só tiro . Muito menos ouvi falar em acidentes nem de brigas entre os próprios operários, todos portaores de peixeiras... Aparentemente correu tudo bem .

Todo esse trabalho durou muito tempo. Só o tempo em que o navio ficou ancorado , passou de um ano , mas do trabalho em si , não sei avaliar . Não tenho a menor idéia de quanto tempo durou aquela trabalheira.

Claro que era preciso distribuir o produto no mercado. Passou-se, naquele período a não importar charque , que vinha do RS  e a introduzir no mercado a produção local. Para isto, foi feito um acordo com uma firma tradicional de Salvador. A Manoel Joaquim de Carvalho & Cia.

Me lembro que uma vez fomos convidados a ir almoçar a bordo. Tomamos uma lancha na rampa do Mercado Modelo e rumamos para o navio ancorado ao largo . Na hora de passar da lancha para o navio a corrente do meu relógio prendeu numa peça da lancha , partiu e caíu no mar e eu o vi, desolado, descer em parafuso ! No almoço,  como sobremesa, apresentaram um bolo em fatias . Minha mãe, encantada , pediu a receita ao Chef da cozinha . Ele a deu, porém incompleta . Não obstante, após uma série de tentativas, minha mãe conseguiu chegar lá... Era um bolo que devia ser feito uns dias antes e colocado na geladeira, com cobertura de creme de chocolate. Uma delícia, que depois virou o bolo oficial da família.



Bem, mas tinha, depois de tudo isso, um trabalho importante a ser feito. Entregar o navio às autoridades Brasileiras . Por ocasião da troca das bandeiras houve, a bordo,um início de rebeldia por parte da tripulação que não queria entregar o navio, queriam “ abrir as válvulas”, coisas assim, que foram contornadas , o navio foi entregue e passou a navegar ostentando a bandeira Brasileira, integrando a frota do Lloyd Brasileiro  . Terminada a guerra, o “AUGUSTA” deveria, e o foi, ser devolvido aos seus proprietários , e o foi ,  porém em condições de ir direto para o desmanche.

Assim, terminou a história do ‘Augusta” –

Da tripulação, quase a totalidade ficou por aqui mesmo.


 Quando a navegação marítima retomou o seu curso de antes da guerra , armador italiano, que perdeu todos os seus navios, dono do “Augusta” , repassou, com boas recomendações , todos o seus agentes para os armadores da Línea C , da qual ele , um dia, se desligaria . Esse relacionamento com a nova companhia durou mais de 20 anos e eu mesmo cheguei e ter partiipação ativa nos trabalhos , tanto nos portos de Santos quanto no de Salvador.

Em 1948 ,a companhia mandou o Sarnelli Para Santos e São Paulo, onde organizou as agências e depois retornou para a velha Salvador, não sem antes ter recebido duas comendas do governo italiano , através do Consulado em Santos , por serviços prestados, fato esse que é do total desconhecimento das pessoas e que Ele tentava manter em segredo . Afinal de contas , um “ Cavalheiro” , ou mesmo um “Comendador” , não passam de uma pessoa comum que fez alguma coisa de certa importância.


Por Sarnelli , em 25.07.2012
(Bartolo)


terça-feira, 24 de julho de 2012

Passeio maluco numa lua de mel dos outros !


Foto da Internet ( Google)
Eu ainda era solteiro e numa determinada oportunidade fomos acompanhar a sobrinha do padre da Igreja de Pompéia ( naquela época eu morava , de passagem , na rua Ceará 75 – Santos SP) até Campos de Jordão , na sua viagem de núpcias. Éramos eu, o sobrinho do Padre, Moacir, a noiva, também sobrinha do padre, um colega chamado Afonso . O carro? o Ford 40 , com alguns probleminhas como pneus em fim de vida, tanto que levávamos diversas carcaças na mala para as eventualidades que ocorreram . Os freios ? Não funcionavam direito e muitas vezes éramos obrigados a descer correndo " para segurar o carro "... o radiador ? De tanto subir serras, certamente não deixaria de se manifestar. Bem, nós carregávamos uma boa quantidade de água . O radiador ferveu mesmo diversas vezes nas viagens de ida e volta !

Em Campos de Jordão , deixamos o casal num hotel e nos acomodamos numa pousada , onde as divisões dos quartos eram apenas tablados de madeira , de maneira e se ouvia de tudo de todos os lados e nós três, ( eu, Moacir e Afonso ) fazíamos um barulho danado. De vez em quando , alguém batia com os nós dos dedos na madeira , significando : por favor, façam silêncio ! Éramos uns verdadeiros irresponsáveis. Só não fomos expulsos da pousada porque tivemos o bom senso de sair antes que nos mandassem embora !

Imagine só onde um escritor achou de se esconder para realizar as suas criações ! E o TAC, tac, da sua máquina de escrever ? Durante a noite aconteciam coisas , pois quando um de nós sonháva ,  fazíamos barulho , e o vizinho varava a noite escrevendo . E nós perturbávamos em retribuição ao contínuo tac,tac da sua maquininha incomodatia e impertinente..

Era fevereiro. Época de calor intenso pelo resto do Brasil , mas nós sentíamos frio mesmo em dias ensolarados  . Onze horas da manhã de um mês de fevereiro, usando puloveres de mangas compridas ! Usávamos também casacos .Passeávamos por entre as árvores curtindo um friozinho maravilhoso  quando um de nós, não me recordo quém, se lembrou de , mais ou menos lá pelas onze da manhã, tomar uma cerveja . Entramos num bar despido ,  de tudo, nem pratelheiras tinha , era apenas uma sala , e pedimos uma cerveja bem gelada ,. Eu vi o cara se abaixar e apanhar uma cerveja que estava no meio das outras no chão e nos servir. Eu reclamei : meu amigo, eu quero uma cerveja gelada , não dá para o senhor apanhar uma na geladeira , o unico equipamento existente na sala ? ? Não se preocupe, disse ele. Pode tomar porque está geladinha. E estava uma delícia... É o caso da janela de um amigo em Santos que me informa que lá está tão frio que dá para gelar uma latinha no parapeito da janela do AP em poucos minutos !

Neste mesmo passeio e neste mesmo dia, aconteceu que fomos dar uma volta. Num determinado momento eu li uma placa com uma seta indicando um sentido . Eu li " cachoeira " . Seguimos em frente, andamos , andamos, andamos , ainda hoje andamos atrás dessa cachoeira , quando encontramos um matuto montando um cavalo não muito bem nutrido . Algo semelhante com o Rossinante de Don Quixote e começamos um papo. Começamos a falar do tempo e ele disse: Ah,,,o crima aqui é bão, quem tá bão fica doente e quem tá doente morre ! ... Disse tudo ! Falamos então: e , onde fica essa cachoeira ? Cachoeira ?Não tem não! O que tem por aqui é "Cocheira " e nós já haviamos passado por ela. Rsrsrsrsrsr sem nos dar conta do equivoco.


Não é que ele tinha razão ? Cachoeira só em Brasilia ...



Sarnelli , 21/07/2012



Posted by Picasa

quinta-feira, 31 de maio de 2012

O espaço ficou vazio...quando virão as providências ?

 

Neste espaço e sobre a coluna de mármore negro, na qual já falta uma placa , estava, até o último carnaval, o busto do Patrono da Marinha Brasileira, Almirante Tamandaré. Não se sabe se foi retirado  para " manutenção "  ou mesmo roubado. O fato é que não existe, no local, nenhum indicatico de que o espaço esteja em manutenção... O cercado, em ferro, o salitre destruíu. Colocaram umas placas de congolomerado de madeiras para fechar a área, mas , como é comum acontecer, estas já começaram a desaparecer. Que as fotos falem por si só. A pergunta que fica no ar é: quando o busto voltará pra a sua base e tudo será restaurado ?
Posted by Picasa

terça-feira, 29 de maio de 2012

Os flanelinhas e limpadores de parabrisas

 
 
Posted by Picasa
Sou do tempo dos bondes , das marinetes, dos calhambeques  e quase nenhum deles  pelas ruas. Sou do tempo até mesmo das carroças , que prestaram um grande serviço à população, tempo em que um carro era coisa tão rara que todos os animais, pássaros, se espantavam e os cães até lhe corriam atrás, querendo morder-lhe os pneus, pensando, certamente, que aquilo seria um monstro nunca visto . Sou do tempo em que o verdureiro trazia e levava a sua mercadoria  no lombo de um jumento , contida em dois caçoás laterais , muitas vezes feitos com dois caixões de madeira que anteriormente haviam acolhido cada um , duas latas de 20 litros de querosene, combustível muito importante na época , para uso doméstico .  A quantidade dos calhambeques  foi aumentando junto com a população , até chegar aos dias de hoje, bastante transformados e aperfeiçoados. Me lembro como davam partida ao motor. Uma manivela com uma haste comprida, era enfiada na frente do carro por um buraco , para fazer girar o eixo do motor. Alguém dava uma volta , duas, três se necessárias , para o motor entrar em funcionamento. Muitas vezes era o próprio motorista ou “chaufer” como era chamado na época ,  que fazia isso e corria para o carro, para pisar rapidamente  no acelerador e manter o carro em funcionamento, é mole? De Lá para cá,  a mudança foi tão grande que um veículo moderno pode até andar sozinho... Sou do tempo em que você ouvia, de vez em quando , um pneu explodir, coisa que hoje não ocorre mais, e me divertia vendo o motorista , fardado , usando botas e quepi, com pinta de  general, ter que “ fazer a força na rua” , o que era uma novela muito complicada. Trocar o pneu pelo reserva até que era relativamente fácil ! O duro mesmo, era quando se fazia necessário ,  desmontar um pneu, tirar a câmara, localizar o furo e remenda-lo com  a cola Michelin , sempre mantida dentro do veículo , colocar o remendo na câmara , esperar secar , colocar o pneu no lugar e tentar enchê-lo com aquela bomba fixada no chão pelos pés e o êmbulo acionado pelos dois braços do pobre cristão, que fazia força , xingava e suava como um cuscuz em baixo do sol quente ou mesmo chuva , amaldiçoando o mundo inteiro...Em dias de chuva, viajar num calhambeque daqueles era uma tragédia e , pior ainda , se ventasse , porque a proteção eram apenas umas cortininhas de lona e entrava água por todos os lados. A bomba, era algo parecido com um borifador de Flit , acionada à mão ,  como uma aquela de encher bola ou pneu de bicicleta...Ah, sim..flit era o inseticida da época. O limpador do parabrisas era manual e manejado pelo próprio “ chaufer ...de dentro do veículo através de uma manivelinha ...
Sim, mas eu estava indo , indo e indo ,  e quase me esquecia do porquê eu comecei este escrito. Com o tempo, os automóveis antigos , os calhambeques , meia carroceria , com coberturas basculantes, de lona , pintadas de preto, foram sendo modificados, melhorados, houve muito progresso tecnicológico, eles aumentaram demasiadamente. e agora estão espalhados pelo mundo , aos milhões , desde os populares aos especiais, que são verdadeiras maravilhas sobre rodas ... O automóvel , é hoje o sonho de consumo de todas as pessoas ,  pois todas elas querem ter um e circular orgulhosamente ( dá status  ) pelas mesmas ruas antigas de sempre . Vem aumentando o volume de carros e diminuindo os espaços para a circulação, das pessoas. Daí, volto novamente ao passado quando eles ainda eram poucos e nós podíamos ir à cidade, parar na porta de qualquer loja , fazer compras, voltar, colocar tudo no transporte e ir embora tranquilamente. Não haviam problemas nem regulamentos para o estacionamento, áreas específicas , nada disso. As ruas e as praças eram do povo e um automóvel era uma curiosidade ... Falo de uma época romântica em que até paravam os carros para os pedestres atravessá-las . Você podia até mesmo fazer isto lendo um jornal sem o risco de ser atropelado, acredita ? Os motoristas eram educados e gentís e, além do mais, se exibiam com atitudes desse tipo. O curioso é que não haviam sinais de trânsito e você tinha que obedecer aos apitos dos guardas. Tinha que conhecer os apitos...Hoje, é o maior dos problemas e a quantidade de carros gerou o temido e angustiante  congestionamento , que passa a ser um suplício diário. Você passa horas em diversos deles , enfrenta baterias de sinaleiras, cruzamentos, num dia de sol com a temperatura de 32ºC  ou de chuvas com ventos fortes; tem que enfrentar alagamentos e outros inconvenientes  ,  ou procurar sair de ônibus que é o meu caso. Em qualquer das hipóteses ,  você está condenado a terminar o dia estressado e, provavelmente , contabilizando algum prejuízo por conta de buracos escondidos no asfalto nos dias de chuvas . O meu carro está parado na porta de casa, simplesmente enferrujando ,  embora com a licença rigorosamente em dia. Desisti de dirigir e só o faço eventualmente...Não fosse a idade, compraria uma bike !...Uma moto? nem pensar. A mulher não deixa !
Mas, o que mais me incomoda é o aparecimento da figura dos guardadores de carros , os chamados flanelinhas , que estão por todos os lados e todos os cantos. Com a dificuldade de se encontrar uma vaga para estacionar, você não escapa, onde quer que seja, de um deles, que você não vê quando chega, mas que aparece de repente surgindo quem sabe de onde, no momento exato em que você já pescou uma vaga e quase terminou a manobra estendendo-lhe o braço com o punho cerrado e o polegar levantado para fazer notar que ele está ali e lembrar que, vai tomar conta do seu carro e que na sua saída, certamente, merecerá um prêmio obrigatório pelo serviço prestado na marra...Há os exigentes, que estabelecem tarifas , até altas  e  aqueles que cobram adiantado e que você não vê mais quando vai embora... Essa turma me irrita... Já ando pouco de carro , mas , vez por outra, necessito fazê-lo. No entanto , se vejo que,  no pedaço , tem um , ou não dou importância ou vou para mais adiante à procura de outra vaga , mas fico nervoso... Algumas vezes reclamo, alegando que quando cheguei ele não estava no local e até brigo ! Tem também o pessoal do sindicato...que só aparece  nos dias e locais de movimento... Enfim, onde você procura encostar o seu carro,  sempre aparece um flanelinha , um guardador de carro ,  um membro do sindicato , os donos dos pedaços ,  ou , então ,  é a própria prefeitura que tomou o espaço do povo e instituiu uma tal de  “Zona azul”, um caça-níqueis ,  que é um estacionamento rotativo , onde, por um determinado tempo ,  você paga pelo espaço que ocupar. Não há mais praças para os proprietários de veículos que pagam anualmente os seus impostos para circular e até para e estacionar . Mas onde ?. Nas ruas , não dá mais !  Em estacionamentos de uma rede de concessionários  , tanto em via pública quanto em edifícios ? Em todos os  casos , pagando uma alta tarifa? Mesmo que fique só alguns minutos , você paga,  pela “ primeira hora” integral que não é barata; Se ficar fazendo sala em um consultório médico ou clínica ,    à espera do profissional , ou da sua vez,  os ponteiros do relógio vão aumentando o valor do seu ticket de saída ...


Estava me esquecendo , mas há uma figura chata e insistente nas ruas , zumbindo juntos aos ouvidos dos motoristas: os limpadores  de parabrisas , que já atacam esguinchando água no vidro dianteiro do seu carro e aí, não tem mais jeito ...

Seja como for, não me conformo com este estado de coisas , muito menos com os flanelinhas e guardadores de carros que não guardam nem tomam conta de coisa alguma , apenas tomam o seu dinheiro...


Foi hoje! Um episódio pitoresco.Saindo de uma clínica com a minha mulher, já após o meio dia, fui almoçar em um restaurante na rua do meio, aqui no Rio Vermelho, que costumo freqüentar. Encontrei uma vaga quase que bem na porta do restaurante. Nisso, minha mulher me disse: olha o cara que vem vindo aí , parece bêbado... De fato, vinha ao nosso encontro com passos indecisos, passou  sem dizer nada e sumiu ! Almoçamos e saímos . Demos de cara com o dito cujo que, percebendo outro motorista um pouco mais longe que estava saindo, correu para apanhar a graninha e voltou para nós . Azar ! Minha mulher lhe perguntou : o Senhor está bêbado ? Com voz pastosa e com dificuldade , respondeu que não. Como não, disse minha a minha mulher , e perguntou : e esses olhos avermelhados ?

É que eu tomo “ controlados , minha senhora “...

terça-feira, 22 de maio de 2012

Minha viagem à Itália


Posted by Picasa
Uma viagem à Italia

Em 1986 ,  eu trabalhava numa grande  empresa do Porto Seco, Pirajá, aqui em Salvador – Ba. e tinha o costume e voltar para casa,  para o almoço, e retornar conduzindo o meu Cordel branco 1.4 , a minha realização da época , para o segundo expediente., curtindo a rodovia, naquela época não tão movimentada.
Na metade de um belo dia de maio ou de junho, não me recordo bem , ao chegar em casa , a minha mulher me anunciou que estava de viagem combinada para a Itália com a irmã e, vejam só, que eu não iria ! Justo eu que vim criança de colo e nunca mais tinha retornado ao meu berço ! O projeto era ir toda a família, totalizando 7 indivíduos , aumentando o grupo pra oito pessoas, ao qual me incluí.  Foi assim, de repente , na lata .! Depois do almoço, caladinho, caladinho, rumei para a Polícia Federal , que, naquela época , funcionava no armazém n. 01 das Docas, chegando em casa com um passaporte nas mãos  e dizendo à minha esposa: eu vou !...

Deu trabalho conseguir licença para a viagem , pois me julgavam indispensável  , coisa que eu já realmente não era, por uma série de circunstâncias,  além do mais eu já havia gozado umas férias naquele ano, por falta do que fazer... Havia decidido! Se não me liberarem, me demito e pago dos 30 dias . Não havia acordo... eu tinha que viajar...

Pois bem, a viagem  aconteceu no mês de julho, mas de uma forma sui generis. Você pode mesmo ter o direito até de não de acreditar.

Todas as tratativas foram realizadas em S.Paulo pela minha cunhada , por sinal numa agência turistica cujo dono se chama exatamente Bartolo  , ou se chamava .  O único xará que encontrei na vida! Tudo acertado , entrada depositada, os restantes dos pagamentos seriam realizados em 10 parcelas normais , mas foi aí que a coisa , virou mistério , aconteceu ! A companhia que deveria nos levar era a Aerolíneas Argentinas, cujos funcionários entraram em greve , exatamente quando eu iria viajar.  e o impasse estava criado. Não se encontravam passagens em outras companhias e eu já havia desistido da viagem, Retornaria para Salvador, não fosse a insistência do pessoal . Finalmente, uma solução : iríamos para o Rio fazer uma conexão com a Air Marroc até Casa Blanca, na África,para seguir para Roma num vôo da Alitalia. Apesar de alguns pequenos transtornos em Casablanca, pode-se dizer que tudo correu direitinho. Chegamos a Roma recebidos pelos parentes do lado da família de minha mulher, rodamos pela Itália chegando a Piza, Napoli, Pompéia  Firenze, Veneza, e outras cidades importantes, completamos o nosso passeio e chegou o dia da volta. Começou que a minha volta e a do meu cunhado , aconteceu num dia de feriado nacional que chamam de Ferragosto em que a Itália toda pára e que é até proibido morrer , porque quem mora perto do mar vai para as montanhas e quem já está nelas vai para o mar. Além do mais , nem os Padres nem os coveiros trabalham ! Foi uma dificuldade !... De Roma, eu e meu cunhado formos para Frankfurt pela Alitalia fazer uma conexão com a Lufthansa e finalmente amanhecemos em Campinas ,S.Paulo , voltando para casa . A coisa que mais desejávamos era uma feijoada e uma caipirinha , que fomos encontrar num dos tantos restaurantes paulistas e descansar da longa viagem.  Descemos no mesmo dia para visitar um cunhado e subir no dia seguinte quando eu voltaria à Salvador. O mais interessante é que meu cunhado enfiou na cabeça que eu embarcaria pelo aeroporto de Congonhas , quando a realidade era Cumbica. Quando percebemos o engano, pé no acelerador ; Era um dia de domingo , com estradas livres ,  mas formos parados pela rodovirária. Expliquei que estava perdendo o avião, mostrando as passagens e o policial disse : está bem, baiano ,  mas da multa não escapam. Foi para o bolso do meu cunhado !...


Cheguei em Casa e esperei o resto da turma que ficara na Itália, voltar... A primeira coisa que me aconteceu foi eu ter sido demitido da empresa logo após ter me apresentado . Durei apenas uma semana , mas fiz com que a empresa oferecesse aos meus colegas de trabalho um almoço de despedida  no Baby Beef , regado de tudo de bom, pago por um crédito que eu tinha por ter vencido uma aposta com o gerente,  sobre o montante de venda de botijões de gás de um só dia...Foi durante o almoço que o meu até então gerente me perguntou: e agora, Sarnelli, o que você vai fazer ? Coçar o saco, foi a resposta que deixou a todos constrangidos e eu sei lá os meus motivos !...
Mas a história não terminou aí porque, como havíamos comprado as passagens a prestação e pago apenas a parte correspondente à entrada .  ficavam pendentes as prestações que não conseguimos nunca pagar , pois, por mais que procurássemos , nossos nomes, simplesmente , sumiram dos computadores da empresa inicial , lou seja: da Aerolineas Argentinas.


O tempo passou, alías, contado em anos, até que,certamente , a divida prescreveu e passou a ser incobrável Não posso, honestamente, considerar o fato um presente de grego e sim de argentinos, não é verdade?


Imaginem a situação. Viajamos num grupo de 8 pessoas para a Itália  utilizando diversas empresas . De S.Paulo para o Rio , a TRASBRASIL, do Rio para o Marrocos, Casablanca,com a Air Marroc, de Casablanca para Roma, a Alitátilia e, na volta,novamente , a Alitália, até Frankjfut e daí  até Campinas. A Aerolíneas Argentinas , com a confusão da greve dos seus funcionários perderam totalmente o fio da meada.  Pagamos apenas 0s 20% da entrada e nada mais... Não sei onde foram parar os  vinte por cento de sinal , muito menos explicar o que aconteceu ...Praticamente , viajamos de graça mas,para terminar , É preciso acrescentar um detalhe . A minha sogra, em vida, sempre disse que nos levaria a todos de uma só vez à Itália e , de fato, aconteceu, depois que ela se foi. E aí fica a pergunta no ar:  será que ela andou mexendo com os pauzinhos lá por cima ? 8 pax ida e volta . ...Tire a sua conclusão! " gracias  hermanos! "....

Sarnelli , 20 de maio de 1912.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Banhinho com sabonete e água da bica de Ondina , em plena av.Oceânica !....

 
 

 
Enquanto a gestão municipal , se interessa mais  por festas como carnaval ,  Micareta , até mesmo em cidade do interior , e o seu maior responsável   aparece , em outras oportunidades , cheio de amor, em outros eventos,   ele deveria ter também um grande carinho  pela cidade, o que não ocorre. Então , acontece coisa como essa...

Essa bica é centenária, tenho a certeza, pois me lembro dela desde criança e via um constante ir e vir de pessoas carregando garrafões vazios que retornavam cheios de  água da biquinha ,  que , já naquele passado longíquo , oferecia o precioso líquido fresquinho e totalmente descontaminado da mesma forma como continua , ainda hoje, jorrando através das pedras, na fonte,  durante as 24 horas do dia , um líquido precioso e vital para a vida , mal aproveitado , que está se tornando cada vez mais escasso no planeta . Mas, vejam só.: a biquinha , que consta dos bens municipais , como um patrimônio público, aos cuidados da Fundação Gregório de Matos, abandonada que está há muito tempo, serve hoje para a lavagem de trapos, de pés de pessoas que saem da praia com eles cheios de areia e até para banhos com sabonete e tudo , como documentam as fotos que ilustram esta postagem.

Ela está toda quebrada e precisa de recuperação imediata . Enquanto aqui não se dá o mínimo valor à uma dádiva como aquela, em outros lugares, a municipalidade  trata logo de aproveitar o pedaço , criando algo útil ( aqui, no caso, a baixo custo ) e de interesse público.  Claro que, dada a sua localização ,  numa avenida de tráfego intenso e com toda aquela rocha por trás, pouca coisas se pode fazer , mas um projetinho simples e de bom gosto  , uma valorização,  por menor que seja ,  é algo fácil de se fazer . Onde a administração pública  se preocupa com o visual de um sítio tão visível para a população e turistas , não se justifica nenhum tipo de abandono e é preciso dar atenção ao patrimônio , dando , inclusive ,   mais um “que” à paisagem e evitando espetáculos inadequados. Uma “ biquinha como aquela é algo que deve ser aproveitado ,  não abandonado. E não é local para se tomar banho de água doce !

Não dá para aceitar o abandono a que relegaram a bela Salvador como um todo . Vamos ter que  trocar aquele famoso slogan com que recebemos os visitantes : “ Sorria, você está na Bahia ” por outro mais ou menos assim : “ feche os olhos, você está na Bahia...” ou, então :  convidar os turistas , fazer uma campanha,  com uma certa urgência...“ Venham logo, antes que tudo acabe !”...

Vamos, gente. Vamos pensar na cidade e trabalhar ! Ainda tem uns meses pela frente para serem aproveitados...
Posted by Picasa

terça-feira, 8 de maio de 2012

Curtindo recordações ...e vendo o hoje !.


Morro da Sereia em foto de  08.05.2012

Visão do Morro da Paciência até o Morro da Sereia - 08.05.2012
Posted by Picasa
Esta foto me levou de volta à minha infância , quando eu morava no que chamávamos Rua da Sereia, onde o meu avô Pasquale construíu a sua casa no meio do nada e que, naquele tempo, dava frente para a avenida Getúlio Vargas, hoje conhecida oficialmente como avenida Ocêanica.  Da varanda da casa , se dominava toda a paisagem . Local aprazível,  inclusive tínhamos uma prainha particular com o piso cheio de pedras , mas isso não era problema. Meu avô usava tênis, aqueles vagabundos que existiam naquela época. Eu não ligava para isso e sim ,  para as mutucas que nadavam sob as solas dos nossos pés.  Foi por ali que vivi parte da minha infância pescando, tomando banhos de mar, arrancando pina-unas das pedras , correndo quando soava a sirene  anunciando uma nova explosão .. , empinando arraias , jogando bola na praia que hoje chamamos de Praia de Ondina.
A foto não está fazendo outra coisa que me mostrar , vista da Rua da Paciência, como a paisagem mudou ! Observe um espaço vazio entre as casas e uma ponta de pedra que ainda aparece – Aquele vazio, se deve à exploração da pedreira que ali existia e, certamente, deve existir ainda. Houve ali, uma intensa atividade na exploração da pedreira, até a sua proibição – aquele vão não existia  ! o Morro da Sereia descia suavemente em direção ao mar , terminando ali naquela ponta que vai até a maré ,  que a proibição fez com que ficasse. Provavelmente, intervenção da Marinha .

Claro que o Morro da Sereia não era o que é hoje. Falo dos anos 40 quando tudo ali era mato puro , quando ali se praticava um ritual e dos tempos em que a polícia ia atrás , porque também não era permitido ... havia ocasiões em que passávamos a noite inteira ouvindo o rufar cadenciado dos tambores.

Com a população crescendo e  com mais necessidade de moradias, sempre na cidade e, melhor ainda, mais perto do trabalho, começaram a surgir os primeiro barracos,  as primeiras construções , e foram sempre aumentando , mas ocupando apenas  uma parte do morro , aquela que dá para Ondina , até que saturou e hoje, visto de Ondina, oferece o o aspcto de um presépio...Uma parte do morro, ficou preservada e foi onde começaram a surgir as construções mais sofisticadas, até mesmo de luxo, ficando  dividido e apresentando diversas paisagens . Visto de Ondina, o Morro da Sereia tem muita semelhança com um presépio e os espaços estão todo ocupados...

Visto da Rua da Paciência , a paisagem já é diferente , mas dá para notar o espaço vazio que  a exploração da pedreira deixou, e até onde estão indo as construções que estão descendo a encosta do morro , que já chegaram até, onde poderiam chegar antes de  mergulhar no mar...

Voltando à pedreira , um detalhe : no meio de todo aquele imenso bloco de pedra detonado , que se destinou, como era costume, à construção de muros, paredões, alicerces, etc., havia uma caverna : “ o buraco da sereia ! “ .Até diziam que ela própria, vez por outra ia descansar ali...

Naquele  ponto , se concentravam pescadores profissionais com os seus varapaus ( bambu tratado ) e faziam boas pescarias. Bodiões, garoupas, beatrizes, barbeiros , saramonetes , dentões , etc. Em eterminadas épocas do ano , encostavam cardumes de xixarros, de garicemas , de taínhas , xaréus...

Depois, evidentemente, com a pesca à bomba, os peixes se afastaram . Havia um local agradável , uma caverna nas pedras , de pedras lisas , onde você podia se deitar , dentro do “ buraco , que era amplo “ e até mesmo tirar uma soneca, vislumbrando uma paisagem maravilhosa do verde mar de Salvador, ou azul ? Ou, ainda, das duas cores em sub tons ? Pois bem . Eu divido aquele morro em duas partes. E de fato está dividido porque há um grande muro que faz essa função. Hoje há uma ala popular e outra Vip. O Morro da  Sereia ,  sem o “ Buraco da Sereia”,  e, agora ,a parte do Morro da Paciência cujo acesso está sob controle dos proprietários de mansões milionárias , com direito a segurança e tudo !

 Era costume do velho Pasquale ficar na varanda para ver qual pescador passava e lhe dizia, por exemplo: Renato( um profissional da pesca que morava no Morro da Sereia) ,  pode trazer tudo o que pegar . 

Não demorava muito e o Renato voltava com uma variedade ... peixes frescos, pescados na hora , com cheiro de mar e gosto de mar ! E voltava para as pedras para novas tentativas... sempre com resultados positivos !

terça-feira, 1 de maio de 2012

O meu transporte preferido ( e único )na cidade de Salvador



                   O trânsito em Salvador e a administração pública
  1.  
  2. Todos nós sabemos como é o trânsito em Salvador, desde o humilde trabalhador que nos horários do rush , viaja de qualquer jeito e de qualquer maneira em ônibus velhos e mal tratados ,  de modelos diferentes , alguns sentados, a maioria, em pé e sem distinção de crianças, senhoras e idosos em geral.
  3. O engravatado executivo que passa horas de cada dia bloqueado nas vias da cidade , também sofre , porém na comodidade dos seus veículos cheirando a fábrica e curtindo um arzinho condicionado sob o forte sol tropical que ilumina e aquece o nosso dia a dia, algo que é para poucos, mas, mesmo assim, não podemos nos esquecer dos dias de chuva e ventos fortes. Seja como for, com incentivo à venda de carros e prestações baixas a perder de vista ...não podemos criticar quem pretenda ter o seu carro,  viajar sozinho e exigir que deixe o seu meio de transporte em casa para viajar num ônibus superlotado, ter o seu terno elegante amarrotado, a sua gravata espichada, e chegar suado e cansado no seu local de trabalho. Não esquecer, que haverá uma viagem de volta em sentido contrário, no mesmo estilo, nos fins dos dias.... Seja como for, com incentivos à venda de carros , juros baixos , barateamento do fim da linha de produção do ano passado e prestações baixas a perder de vista , ... de 700 a 800 veículos  entram em circulação todos os meses e as vias continuarão as mesmas !... Elas não se reproduzem sozinhas. Quem é que vai ligar para isso ? O prefeito ? Iremos seguindo assim até que aconteça o colapso total , mas elas, as autoridades, não estão ( ou estão e não dizem nada ?  ) preocupadas com o problema...afinal de contas não são eternas. É só empurrar o problema para frente com as barrigas por mais alguns meses e, pronto ...
  4. E o que fazem ? Abrem novas vias ?  criam  viadutos ? um dos  quais,  por demais necessário , deveria ser construído na Mariquita , no Rio Vermelho? E o nosso metrô, funciona ou não ? Continua sendo piada para o Brasil inteiro ? Os transportes  que temos circulando pela cidade são ônibus velhos, mal cuidados e dão até mesmo a impressão de serem unidades rejeitadas em outros estados, reformadas e jogadas em Salvador. É só conferir os tipos, principalmente as janelas, o sistema de ventilação. Há ônibus que não servem para uma cidade quente como Salvador...Os estribos são altos demais para certas pessoas, causando-lhes dificuldades para subir e descer, principalmente se tiverem alguma deficiência... Falar em pontos e paradas de ônibus, é um outro assunto desagradável...que parece não pertencer à administração da cidade ! Digo apenas que há pontos em que os passeios que acolhem os usuários, estão abaixo do nível do asfalto ! Não é um absurdo ? – també essas dificuldades impostas ao povo vão sendo empurradas para a frente até que chegue um novo gestor...
  5.  
  6. Eu já resolvi o meu problema e, com isso , contribuo com a minha gotinha d’água de apagar o incêndio do colibri , que alega estar fazendo a sua parte... Com a idade que tenho, prá que tanta pressa ?...
  7. Deixo  o meu carro na porta de casa, enferrujando , sob o sol e a chuva , marcando o meu espaço, caso contrário, alguma aluna da escola de decoração coloca o seu caro bem em frente ao portão da minha garagem, apesar da placa de aviso e o asfalto zebrado, pois ninguém respeita ninguém e pensa que está só no mundo, ...complicando a minha  situação. Até parece que os ou as motoristas de hoje , a maioria, além de ter pouco respeito ou mesmo nenhuma consideração aos direitos dos outros, não conhecem a sinalização de trânsito, principalmente a horizontal, pois há um espaço zebrado em frente à minha casa, exatamente o espaço que preciso para entrar, sair e parar ! O meu bairro, que nasceu como  residencial, e , com a complacência das autoridades que nós mesmos elegemos, foi transformado em comercial com a liberação de alvarás sem o menor critério. Não há passeios que resistam nem que bastem . Os carros ( e os caminhões também ) atraídos pelas atividades do Parque,  são tantos ,  que tomam conta de todos os espaços , jogando os pedestres para o asfalto e a área  está saturada. O Parque Cruz Aguiar é o paraíso dos bares, restaurantes , dos bebuns  que fazem a vida noturna. Durante os dias, é o comércio e outras atividades, às noites são noctívagos...E, o pior, é que cada um faz o que quer...
  8. Bem, voltando ao meu caso , deixo o meu carro na porta de casa , rolo pela cidade de buzão na base do 0800 , vou para onde quero e bem entendo sem incomodar ninguém nem me preocupar com estacionamento que está um problema e custando os olhos da cara...
  9. Já vão longe os tempos em que os cães corriam atrás dos carros tentando morder-lhes os pneus. Certamente pensavam que um monstro estava chegando. Não é que tinham razão ? E agora, o que é que vai acontecer com a bela e ensolaradas Salvador de poucas ruas apertadas e menos avenidas do que necessita e sem os viadutos que resolvam grande parte dos seus problemas ? Eu não acredito que os chamados VLTs venham de verdade a rolar em Salvador. Se rolar, não será uma solução definitiva . Aliás, nem acredito mesmo na Copa de 2014 ! Sou um descrente , mas espero estar errado .Espero que alguém mostre isso !
  10. Sarnelli, 28 de abril de 2012
  11.  
  12. Posted by Picasa

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Viajando de avião desde o século passado



Posted by PicasaViajando de avião  
Tem muito tempo que eu fiz a minha primeira viagem de avião . Acho que foi lá pelos anos  de 1948/49 .  De uma certa forma, com as minhas viagens constantes, fui acompanhando o desenvolvimento e crescimento dos aparelhos cada vez maiores e mais potentes. Quando viajei pela primeira vez e ainda em viagens posteriores, os aparelhos eram os Douglas DC 3 a hélices, houve outros também a hélices, muito diferentes dos jatos de hoje. Claro que a capacidade de transporte de passageiros foi aumentando com o tempo, mas , vamos aos  DC3 que eram aqueles aviões que, parados na pista, ficavam com o fundo no chão, portanto inclinados com o nariz em direção ao céu. Antes de mais nada   , o que hoje  pode parecer curioso,  é que no chek-in , até os passageiros eram pesados  e o controle das bagagens era rigoroso. Deixando alguns detalhes de lado, vamos embarcar.  Você entrava no avião pela parte traseira, através de uma escadinha de poucos degraus e ia logo recebendo de uma aeromoça gentil e  elegantemente fardada , o seu kit. Uma caixinha de papelão contendo o seu lanche.  Acomodados, pouco antes da decolagem e quando começavam os serviços de bordo ,  lhe ofereciam algumas balas, um protetor para a sua caneta tinteiro que certamente iria vazar por causa da pressão  , algodão para os ouvidos ,  e o seu indispensável saquinho para vomitar à vontade ! Muitas vezes um apenas não era suficiente.  Naquele época, os aviões voavam baixo , nas nuvens e sofriam constantes quedas em zonas de vácuo no espaço. Viajando ao lado da janelinha, era até possível você prever quando a aeronave iria entrar numa zona de vácuo e sofrer uma queda até encontrar uma outra área de sustentação. Esse movimento é que mexia com os estômagos dos passageiros... Alguns deles chegavam ao destino amarelos como bonecos de cera, precisando de uns dias de recuperação... Claro que as viagens eram muito mais demoradas ! Com o tempo, os aviões , bem como o tratamento a bordo , foram melhorando . O lanche deixou de ser lanche e, em companhias que se esmeravam para conseguir a preferência dos passageiros, como a Varig, Cruzeiro do Sul, Sadia, Panair e outras, você era muito bem tratado a ponto de receber para o almoço refeição quente que incluía frango , arroz, salada e sobremesa além de refrigerante , até mesmo vinho e wisky...alguns passageiros bebiam um pouco demais e dormiam a viagem toda ,mas outros passavam da conta e o wiskinho foi o primeiro a ser eliminado dos serviços de bordo.
Quem pegou esse tempo deve se lembrar com saudades  . Atualmente viajamos em aviões enormes a quase 10.000 mts de altura , com muitas comodidades e à velocidade de quase 900 quilômetros horários o que encurta, demais , o tempo de viagem e fez o mundo ficar menor juntamente com a internet. No entanto , a disputa pelos passageiros e a guerra de tarifas fez com que algumas benesses fossem eliminadas pelas empresas que fazem as linhas domésticas . Hoje , você não tem mais aquele almoço a bordo. Logo no início da viagem lhe oferecem umas balinhas e, quando começam os chamados serviços de bordo , lhe dão três pacotinhos com alguns biscoitos ou barrinha de cerais , que, tudo junto, não chega a pesar 150 gramas , um refrigerante e até uma cerveja. Mas é uma viagem tranqüila . Pode-se apenas enfrentar uma rápida zona de turbulência, quando o aviso luminoso mandar afivelar o cinto, se já não estiver afivelado. Proibido fumar a bordo, graças a Deus, algo que, anteriormente , era permitido logo após a decolagem. Mas, sim ... O saquinho, lembram-se do saquinho ? Ninguém mais usa ! O vôo é mais tranqüilo que um passeio de automóvel , que enfrenta todos os buracos que aparecem nas pistas de asfalto e que demoram para ser tapado. Ultimamente dei para viajar . Hoje andamos de Boeing e não de DC3 – numa das minhas descidas para São Paulo fiquei surpreso ao verificar que tínhamos uma escala em Ilhéus. Eu e minha mulher estávamos sentados na primeira fila, onde há um pouco mais de espaço e fica bem juntinho da copa onde as moças preparam os chamados serviços de bordo. Estávamos parados em Ilhéus , foi coisa de uns quarenta minutos apenas ,  quando eu senti um cheirinho gostoso de frango que poderia ser ensopado , e fiquei curioso . Não pude deixar de perguntar à chefe da equipe: temos frango a bordo desse avião ? Ela riu e me deu a resposta: é o almoço do comandante ,  que ele mandou vir de fora...Para nós , também era hora de almoço, pois havíamos saído de Salvador poucos minutos depois das 13 horas... Como a parada era rápida, logo levantamos vôo destino São Paulo, para o aeroporto de Congonhas , e as moças apareceram com o carrinho servindo uma embalagem na qual estava escrito : É hora do lanche (!) , refrigerante e cerveja. Eu descolei uma latinha, por sinal bem geladinha e, enquanto sorvia a loirinha ,  pensava nos velhos tempos , quando, no entanto, os preços das passagens não eram para qualquer um... algo só possível para cavalheiros e madames elegantemente trajadas e bem de vida . Era, ainda, uma época romântica que não volta mais ...


quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Coisas da era eletrônica - se a moda pega !

Viajando , a gente sempre vê , ouve uma coisa aqui, outra ali e acolá e acaba trazendo uma historinha para compartilhar com os amigos. Essa eu achei interessante e somente mesmo na época que estamos vivendo, da Internet, é que pode acontecer.

O filho de um industrial , querendo ter maior segurança e controlar, de longe , a movimentação da fábrica , que é de porte razoável , teve a luminosa idéia de se valer dos recursos da eletrônica para controlar o interior dos diversos galpões , bem como a movimentação no exterior. Vale dizer que, já diversas vezes o estabelecimento foi visitado pelos amigos das coisas dos outros e causado alguns estragos...

Assim foi que instalou diversas câmaras em posições estratégicas dentro e fora do estabelecimento, conectadas com dois monitores mantidos em casa, filmando durante 24 horas por dia, o tempo todo...

Hoje dia, por causa de coisas como essa , ninguém tem mais a certeza de que está livre , desimpedido e que tem toda a liberdade que desejava , porque há sempre um olho nos vigiando , além dos dois do leão do imposto de renda. Se você está em São Paulo e faz um comprinha, por menor que seja, a caixa ou o caixa vai logo perguntando: quer nota fiscal paulista ? Se quiser , tem que declarar o CPF e assim o leão acaba sabendo por onde você anda... e vai fazer as contas no seu bolso ! Bem, mas voltando à estória : uma das câmaras controla a movimentação do portão principal por onde tudo passa e, consequentemente, as idas e vindas das pessoas . Uma tarde , o jovem estava dando uma olhada nos monitores quando viu o carro do pai sair. Fim de tarde. Expediente encerrado . Tomou nota da hora e esperou o pai chegar. Foi logo perguntando : onde o senhor foi que levou vinte minutos para chegar em casa ? Você está me monitorando ? respondeu perguntando o industrial. Sem resposta.

A partir daquela data , uma cena estranha começou a ocorrer todas as vezes que o industrial sai da fábrica. Ele olha para um poste e dá uma banana ! Até hoje a vizinhança , intrigada , não sabe porque aquele senhor sério e respeitável procede daquela maneira...

Sarnelli, janeiro de 2012