quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O que restou da fábrica de papel do Rio Vermelho



O Posto Chaminé .



Muita gente , principalmente jovem , passa pelo Posto Chaminé , vê aquela peça com a altura de provavelmente de uns trinta metros , não sabe e não se interessa em saber porque ela ali está , se é apenas uma jogada de marcketing para chamar atenção...

Acho que deve provocar , pelo menos , uma simples curiosidade e gerar uma pergunta : o que tem a ver , o que está fazendo uma chaminé daquela, altura em um posto de gasolina ? Seria o mínimo. Na verdade, é parte da história do bairro do Rio Vermelho, que merece ser contada . Ali, exatamente ali, onde está aquele posto de gasolina cujo nome é Posto Chaminé, evidentemente, existiu uma fábrica de papel e papelão que a voracidade do progresso e crescimento da cidade terminou por engolir...Da fábrica, a única coisa que sobrou mesmo foi a velha e elegante chaminé, o que já foi alguma coisa.

Na época da sua desativação, houve um movimento muito forte de alguns pesos pesados, intelectuais do bairro, mas que , apesar do apoio do saudoso escritor Jorge Amado, que desejavam o espaço para um centro cultural que, infelizmente, não foi bem sucedido. Assim , a fábrica foi demolida e o espaço deu lugar ao posto, que conservou a chaminé, que é o seu referencial, e, como seus vizinhos, , uma loja da Mcdonald , mais um supermercado...

Era a conhecida linha do bonde do Rio Vermelho de cima, que fazia o retorno para a cidade , um pouco mais adiante , aproximadamente onde está o quartel de Amaralina . Era a linha 14 . Por aqueles trilhos passavam também os bondes de Amaralina, que ostentavam a bandeira n. 16.

A cidade continuou crescendo, chegou o asfalto e foi indo em direção à Itapoã , ligando-se com o aeroporto , enfim, muitas coisas mudaram.

Da velha fábrica de papel e papelão , por onde cansei de passar de bonde por dentro do mato, me lembro dela e de montanhas de madeira que seriam consumidas na fornalhas , só ficou mesmo a chaminé... Não teria dado mesmo para conservar uma fábrica de papel e papelão no centro da cidade, até hoje . Para quem vem vindo daquele tempo, passar por ali, hoje, de carro, não mais de bonde nem mesmo de “ marinete “ , leia ônibus, e ver aquela velha e conhecida chaminé, é um rápido retorno ao passado.

Sarnelli 04.02.2009


3 comentários:

Sarnelli disse...

Erickson disse...

SEGUNDO CONTAVA MEU PAI, ESTA CHAMINÉ FOI DE UMA FÁBRICA DE CERVEJA QUE NÃO CHEGOU A FUNCIONAR DEVIDO AO NÚMERO EXORBITANTE DE EXIGÊNCIAS E IMPOSTOS PELO GOVERNO FEDERAL (GETÚLIO), TALVEZ INSUFLADO PELAS FÁBRICAS DO RIO DE JANEIRO. TERMINOU POR SE TRANSFORMAR NUMA INSÍGNE FABRICA DE PAPEL DE EMBRULHO. AQUELA CHAMINÉ REPRESENTA A DESCRIMINAÇÃO INJUSTA CONTRA A BAHIA NA DÉCADA DE 30 EM SALVADOR.
ERICKSON DE ALMEIDA
MEMBRO DA ACADEMIA DE CULTURA DA BAHIA E DA ACADEMIA INTERNACIONAL DE LETRAS DE ARTES DE CIÊNCIAS DE ARGENTINA CON SEDE COM SEDE EN BUENOS AIRES
Autor dos livros: Jesuítas, ouro e diamantes na baía de Todos os Santos
Canudos, a trama político/religiosa e os militares
Moiyalé Amhara, ESCRAVO E AMANTE... e
Duas Histórias do Sertão.
8 de Fevereiro de 2009 08:53

Anônimo disse...

Prezado Sarnelli

Meu nome é João Luiz Ribeiro, sou professor e pesquiso a história de Mundo Novo (BA). Gostaria de entrar em contato com o Sr. Erickson de Almeida. Tentei um antigo e-mail que constava da orelha de seu livro sobre Canudos, mas parece que já não está ativo.
O meu e-mail é izjo@hotmail.com

Muito agradecido.

Erickson de Almeida disse...

Sr. João Luiz, meu e-mail:
ericksoneditor@yahoo.com.br
Fone: 30127198
Grato