Há cerca de uns cinco ou seis anos decidi ingressar no universo da Internet já com uma idade razoável , considerando que as crianças de hoje , já a partir dos três anos de idade, estão familiarizadas com micros e até já mexem com eles. Acontece com a minha netinha que, quando vem aqui em casa, vem logo se sentar no meu colo e mete as mãozinhas no teclado ...
Já eu, passei a vida “ dactilografando “ coisas em máquinas dactilográficas ou de escrever das marcas Underwood, Lexicon , Smith Corona , Olivetti ,Remington , Royal, objetos que muitos jovens de hoje sequer viram em museu ! Me relataram um caso em que o jovem perguntou à mãe: mãe, o que é uma “Olivetti ?”...Esse jovem, certamente, nasceu pertencendo à era virtual...
É claro que fiz o curso de “ dactilografia “ , com direito a diploma e tudo , algo muito importante na época... É raro, mas raro mesmo, encontrar uma máquina de escrever que ainda esteja sendo utilizada...Pois bem, depois de passar a vida dactilografando naquelas coisas que ficaram antigas , resolvi partir para modernidade e mesmo para ter com que ocupar parte do meu tempo de aposentado.. Para não me deixar ficar atrás no tempo . . Comprei o meu primeiro micro , sozinho, confiado apenas no prestígio do fornecedor e não me dei mal. Poderia ter comprado algo melhor, mas o que comprei serviu para mim, por muito tempo, pelo menos enquanto fui aprendendo e descobrindo algumas coisas. Já tinha o micro em casa, mas não podia mexer nele. Precisava ser instalado e eu necessitava aprender a trabalhar com ele. O caminho mais curto foi um curso. Me matriculei. No dia e na hora certa lá estava eu na sala de espera . Havia, entre outras pessoas, uma jovem senhora que também aguardava . Coincidiu que eu e ela chegamos juntos à porta na hora da entrada e um fato interessante. Quando ela viu que, dentro da sala, só havia garotos , gurís , deu um passo para trás e disse; “ eu não vou entrar nessa sala não !...Peguei-a pelo braço e disse, vai sim...e foi assim que nós dois , de braços dados , entramos na sala para a nossa primeira aula... Eu fiquei sendo o avô da turma e ela, evidentemente , que a tia... A parte interessante da coisa foi que eu ingressei no ramo porque me atraía, mas a Ana , por um motivo especial. Ela me dizia : cada vez que me apresentam alguém, a pessoa me pergunta : “ qual é o seu mail? “ – e eu não tenho mail !...Quer dizer: não tinha identificação civil na era da eletrônica ! É possível ? Naquele curso, na verdade, aprendemos bem pouca coisa. Acho que apenas a ligar e a desligar os aparelhos. Era tanta coisa, que não entrava de vez na cabeça , ainda mais porque as aulas eram corridas . Se perdesse algo, estava perdido mesmo. Ainda hoje, ando descobrindo coisas ! Eu e a moça que estou chamando de Ana , fizemos o curso, ficamos amigos e mantemos contato até hoje , inclusive vez por outra ela nos telefona, nos visita, a mim e à minha mulher, em casa. Mas, depois desse, para continuar sabendo quase nada e tendo que descobrir as coisas na marra, ainda tentei mais dois que não acrescentaram muita coisa . Na verdade, não há manual que ensine todos os segredos dos micros e cada um de nós o utiliza apenas de acordo com as suas necessidades dentro dos limites do seu desejo e do que é possível fazer. Não há tempo para explorar totalmente um micro. É impossível... O Único jeito mesmo é quebrar a cabeça e perguntar uma coisa a um, outra a outro amigo, uma parte descobrir por teimosia...e seguir lutando...porque todos os dias têm novidades. De repente, sem querer , você descobre algo e custa a saber como conseguiu fazer aquilo...
Um amigo meu, instalou o meu primeiro micro, inclusive o scaner e a impressora, e toquei o barco. Tinha dias que só faltava enlouquecer, pois aconteciam cada nós, que, para desatar , tinha que recorrer a algumas telefonemas. Aos trancos e barrancos fui indo e comecei a entrar na Internet . O sofrimento era maior porque, naquele tempo, a Internet na minha zona era discada... Mas, me comunicar com quem ? Não tinha endereços e era desconhecido . Ouvi falar de umas tais salas de Chat e numa tarde que penso que foi de domingo , entrei numa delas e fiquei peruando até que encontrei alguém com quem falei um pouco mais...Na verdade, não gostei do tipo de conversa da turma braba que estava no ar . Não fiquei muito tempo no ar,. mas o suficiente para pedir o endereço da moça que, surpreendentemente , me deu e eu anotei, deixando o quadradinho de papel sobre a minha mesa, praticamente esquecido. Eu havia encontrado alguém diferente no meio daqueles jovens que só diziam bobeiras e que não estavam identificados pelos seus nomes verdadeiros. Pior: nem sabia onde estavam ! Por conta disso, diziam o que queriam e bem entendessem ... Um belo dia , me entra uma mensagem assinada pela pessoa . Estranho, dizia para mim, eu já vi este nome em algum lugar. Remexi nos meus papéis e constatei que era da pessoa com quem eu havia conversado no Chat. Respondi e, a partir daí , começamos a nos identificar, mas não foi esclarecido até hoje como e porque a pessoa, no caso uma moça, havia mandado aquele mail para mim. Ela nunca soube se explicar... O fato foi que o tempo foi passando e cada vez mais nos identificávamos um com o outro e a nossa troca de correspondência passou a ser normal, quase diária . Há coisa de dois ou três anos, tendo ido à S.Paulo, onde mora uma irmã da minha esposa, demos uma esticadinha até o RS e nos conhecemos pessoalmente. Eu estava acompanhado da minha mulher e ela , que chamarei Rosa, pelo seu marido. Daí para cá a amizade só cresceu . Quando viajei para o sul, eu tinha sabido que ela tinha estado em Porto Seguro onde comprara um “ preto velho “ o qual, infelizmente , chegou em casa transformado em cacos de barros, fato que muito a entristeceu. Levei de lembrança um preto velho comprado no Mercado Modelo , que fez a sua alegria. Os nossos contatos podem ser considerados quase que diários. Conseguimos , de um fortuito encontro no ar, construir uma bela amizade. Tem havido muitas coincidências, mas muitas mesmo, nas nossas vidas. A primeira delas, foi ela ter entrado naquele Chat sem saber porque e eu também. Até parece que nós tínhamos um encontro nos ar...e a Rosa nem sabe explicar porque me meu o endereço, muito menos porque mandou aquele tal de mail...
Claro que , com o passar do tempo, fiz outras boas amizades e hoje a Internet , as amigas e amigos, fazem parte do meu dia a dia . Não dá para explicar, mas cria-se uma ligação muito forte entre as pessoas, estejam onde estiverem , que passam a fazer parte de uma família virtual a tal ponto interligada , que, uma pequena demora nos contatos começa a preocupar... Agora, por exemplo, neste período de férias de fim e começo de ano , estou me sentindo meio abandonado mas sei , ou melhor, percebo, que a maioria dos meus amigos e amigas de todos os dias que estão ausentes, estão usufruindo de merecidas férias. Com certeza, após o carnaval , nos reuniremos de novo e teremos um 2009 Feliz.
Sarnelli, em 09.01.2009.
Já eu, passei a vida “ dactilografando “ coisas em máquinas dactilográficas ou de escrever das marcas Underwood, Lexicon , Smith Corona , Olivetti ,Remington , Royal, objetos que muitos jovens de hoje sequer viram em museu ! Me relataram um caso em que o jovem perguntou à mãe: mãe, o que é uma “Olivetti ?”...Esse jovem, certamente, nasceu pertencendo à era virtual...
É claro que fiz o curso de “ dactilografia “ , com direito a diploma e tudo , algo muito importante na época... É raro, mas raro mesmo, encontrar uma máquina de escrever que ainda esteja sendo utilizada...Pois bem, depois de passar a vida dactilografando naquelas coisas que ficaram antigas , resolvi partir para modernidade e mesmo para ter com que ocupar parte do meu tempo de aposentado.. Para não me deixar ficar atrás no tempo . . Comprei o meu primeiro micro , sozinho, confiado apenas no prestígio do fornecedor e não me dei mal. Poderia ter comprado algo melhor, mas o que comprei serviu para mim, por muito tempo, pelo menos enquanto fui aprendendo e descobrindo algumas coisas. Já tinha o micro em casa, mas não podia mexer nele. Precisava ser instalado e eu necessitava aprender a trabalhar com ele. O caminho mais curto foi um curso. Me matriculei. No dia e na hora certa lá estava eu na sala de espera . Havia, entre outras pessoas, uma jovem senhora que também aguardava . Coincidiu que eu e ela chegamos juntos à porta na hora da entrada e um fato interessante. Quando ela viu que, dentro da sala, só havia garotos , gurís , deu um passo para trás e disse; “ eu não vou entrar nessa sala não !...Peguei-a pelo braço e disse, vai sim...e foi assim que nós dois , de braços dados , entramos na sala para a nossa primeira aula... Eu fiquei sendo o avô da turma e ela, evidentemente , que a tia... A parte interessante da coisa foi que eu ingressei no ramo porque me atraía, mas a Ana , por um motivo especial. Ela me dizia : cada vez que me apresentam alguém, a pessoa me pergunta : “ qual é o seu mail? “ – e eu não tenho mail !...Quer dizer: não tinha identificação civil na era da eletrônica ! É possível ? Naquele curso, na verdade, aprendemos bem pouca coisa. Acho que apenas a ligar e a desligar os aparelhos. Era tanta coisa, que não entrava de vez na cabeça , ainda mais porque as aulas eram corridas . Se perdesse algo, estava perdido mesmo. Ainda hoje, ando descobrindo coisas ! Eu e a moça que estou chamando de Ana , fizemos o curso, ficamos amigos e mantemos contato até hoje , inclusive vez por outra ela nos telefona, nos visita, a mim e à minha mulher, em casa. Mas, depois desse, para continuar sabendo quase nada e tendo que descobrir as coisas na marra, ainda tentei mais dois que não acrescentaram muita coisa . Na verdade, não há manual que ensine todos os segredos dos micros e cada um de nós o utiliza apenas de acordo com as suas necessidades dentro dos limites do seu desejo e do que é possível fazer. Não há tempo para explorar totalmente um micro. É impossível... O Único jeito mesmo é quebrar a cabeça e perguntar uma coisa a um, outra a outro amigo, uma parte descobrir por teimosia...e seguir lutando...porque todos os dias têm novidades. De repente, sem querer , você descobre algo e custa a saber como conseguiu fazer aquilo...
Um amigo meu, instalou o meu primeiro micro, inclusive o scaner e a impressora, e toquei o barco. Tinha dias que só faltava enlouquecer, pois aconteciam cada nós, que, para desatar , tinha que recorrer a algumas telefonemas. Aos trancos e barrancos fui indo e comecei a entrar na Internet . O sofrimento era maior porque, naquele tempo, a Internet na minha zona era discada... Mas, me comunicar com quem ? Não tinha endereços e era desconhecido . Ouvi falar de umas tais salas de Chat e numa tarde que penso que foi de domingo , entrei numa delas e fiquei peruando até que encontrei alguém com quem falei um pouco mais...Na verdade, não gostei do tipo de conversa da turma braba que estava no ar . Não fiquei muito tempo no ar,. mas o suficiente para pedir o endereço da moça que, surpreendentemente , me deu e eu anotei, deixando o quadradinho de papel sobre a minha mesa, praticamente esquecido. Eu havia encontrado alguém diferente no meio daqueles jovens que só diziam bobeiras e que não estavam identificados pelos seus nomes verdadeiros. Pior: nem sabia onde estavam ! Por conta disso, diziam o que queriam e bem entendessem ... Um belo dia , me entra uma mensagem assinada pela pessoa . Estranho, dizia para mim, eu já vi este nome em algum lugar. Remexi nos meus papéis e constatei que era da pessoa com quem eu havia conversado no Chat. Respondi e, a partir daí , começamos a nos identificar, mas não foi esclarecido até hoje como e porque a pessoa, no caso uma moça, havia mandado aquele mail para mim. Ela nunca soube se explicar... O fato foi que o tempo foi passando e cada vez mais nos identificávamos um com o outro e a nossa troca de correspondência passou a ser normal, quase diária . Há coisa de dois ou três anos, tendo ido à S.Paulo, onde mora uma irmã da minha esposa, demos uma esticadinha até o RS e nos conhecemos pessoalmente. Eu estava acompanhado da minha mulher e ela , que chamarei Rosa, pelo seu marido. Daí para cá a amizade só cresceu . Quando viajei para o sul, eu tinha sabido que ela tinha estado em Porto Seguro onde comprara um “ preto velho “ o qual, infelizmente , chegou em casa transformado em cacos de barros, fato que muito a entristeceu. Levei de lembrança um preto velho comprado no Mercado Modelo , que fez a sua alegria. Os nossos contatos podem ser considerados quase que diários. Conseguimos , de um fortuito encontro no ar, construir uma bela amizade. Tem havido muitas coincidências, mas muitas mesmo, nas nossas vidas. A primeira delas, foi ela ter entrado naquele Chat sem saber porque e eu também. Até parece que nós tínhamos um encontro nos ar...e a Rosa nem sabe explicar porque me meu o endereço, muito menos porque mandou aquele tal de mail...
Claro que , com o passar do tempo, fiz outras boas amizades e hoje a Internet , as amigas e amigos, fazem parte do meu dia a dia . Não dá para explicar, mas cria-se uma ligação muito forte entre as pessoas, estejam onde estiverem , que passam a fazer parte de uma família virtual a tal ponto interligada , que, uma pequena demora nos contatos começa a preocupar... Agora, por exemplo, neste período de férias de fim e começo de ano , estou me sentindo meio abandonado mas sei , ou melhor, percebo, que a maioria dos meus amigos e amigas de todos os dias que estão ausentes, estão usufruindo de merecidas férias. Com certeza, após o carnaval , nos reuniremos de novo e teremos um 2009 Feliz.
Sarnelli, em 09.01.2009.
Um comentário:
Bartolo, existem coisas, na vida, que a gente não consegue explicar. Este encontro, numa sala de chat (onde os encontros acabam sendo passageiros e não deixando sequer lembranças), é uma destas coisas inexplicáveis. E mágicas.
Muitas coisas são preciosas, nesta vida. Talvez a maior delas seja a amizade.
Quando a vida nos presenteia com uma amizade verdadeira, sincera e profunda, só resta agradecer (à Vida, a Deus, ao Destino) e fazer com que esta amizade perdure. Para sempre.
Meu carinho imenso!
Bia
Postar um comentário