Rio Vermelho, e o meu modo de
enxergar os fatos. Pedra da Concha em duas imagens
Desde os tempos do primário que ouço histórias sobre o
Caramuru e sobre o Rio Vermelho, bairro que, não por casualidade , tenho vivido
a minha vida inteira e no qual, certamente , vou me apagar. Aprendi o que nos quiseram ensinar do jeito
que entenderam . Nos contaram, a mim e aos meus coleguinhas , uma historinha
simples que nos ensinava um básico meio fantasioso...
Eu sempre tive algumas curiosidades que necessitavam ser
satisfeitas. Hoje, volvendo o meu pensamento para o meu passado , sobre as
histórias que me contaram, e coisas da infância, encuquei com um fato que
mistura, novamente, fantasia e história de verdade mas que, no fim, vai dar
certo. Apenas quero discorrer sobre ele expondo o meu ponto de vista e como eu
acredito que o fato aconteceu.
----------------------------------------
É claro que as terras sempre existiram, mesmo antes da
chegada de Cabral, habitadas por gente da terra ,os índios, divididos em
diversas tribos e cada qual com a sua própria cultura no seu próprio lugar. Estamos
nos idos de 1510/1511 quando uma embarcação de tipo desconhecido naufragou nas
alturas do bairro que hoje é o Rio Vermelho e apenas um dos viajantes logrou se
salvar indo se refugiar, ou foi jogado pela maré, numa ilha de pedra localizada
na foz de um rio que fica a seco com a
maré vazia. Descoberto , o náufrago , foi salvo e cuidado pelas belas índias tupinambás que habitavam com a sua tribo no
local que penso ser hoje seria a Mariquita . Passados os primeiros momentos,
tudo entrou nos eixos e na normalidade . O naufrago , antes considerado um
bicho surgido das profundezas do mar , passou a se dar bem com todos , foi uma figura que viria , por um acaso do
destino, a ser uma personalidade na historia da Bahia e do Brasil. Não se sabe
ao certo se era português ou francês. Essa é a introdução . Ali, quase 40 anos antes da fundação oficial da
cidade de Salvador, que aconteceu em 29 de março de 1549 e que viria a ser a
primeira capital do Brasil, se instalou um entreposto e um ponto de contato com
contrabandistas franceses que traficavam o pau Brasil e tudo ficava a cargo de Diogo Alvares Correia, apelidado de
Caramuru , esse era o nome do náufrago que se instalou nestas terras , onde exercia autoridade ,
falava francês e coordenava as operações. Gozava das benesses das das índias ,
que tinham por ele um estranha preferência com relação aos índios da sua
própria tribo ! Na sua chegada , no local, viviam os Tupinambás e a vida corria
normal Até chegada de Thomé de Souza
para fundar a cidade de Salvador. Mas a nossa história não é essa. Aqui fica a
pergunta: como surgiu o Rio Vermelho , como um bairro , quase 40 anos antes da fundação da cidade
de Salvador? Pode ?
A não ser que se queira associar a fundação do bairro ao
aparecimento do náufrago no local que hoje é o bairro do Rio Vermelho,
refugiado numa rocha onde foi descoberto depois pelas índias, fato ocorrido entre
1.510/11 – então, em 2.0l0/2011 , o bairro estaria completando 500 anos , mas, a meu ver não foi assim . História à
parte , Diogo Alvarez Correia é mais um capítulo da história baiana e
brasileira. Ninguém descobriu o Rio Vermelho, mesmo porque não existia e porque
surgiu naturalmente. A chegada Diogo Alvarez Correia à esta parte das terras
descobertas , não pode significar que ele tenha sido um descobridor ou
fundador. E sim, que foi apenas um náufrago que teve a sorte de se salvar e
entrar num paraíso e na história da Bahia e do Brasil. Com ele , por aqui , a população começou a aumentar...
Em 2009 comemorou-se o aniversário de 500 anos do bairro do
Rio Vermelho, com o que eu não concordo , após haver estudado vários aspectos
da questão , as minhas contas são outras. O Bairro do Rio Vermelho não foi nem
fundado nem descoberto por ninguém. À parte o valor , a importância histórica
da figura do Diogo Alvarez Correia , eu, pessoalmente , não a reconheço nem
como descobridora nem como fundadora do bairro que se desenvolveu normalmente a
partir, no meu modo de ver, e do fato de que , em 1557 , o terceiro governador geral do
Brasil , Mem de Sá , estabelecia a
aldeia do Rio Vermelho. A contar daí, somente em 2.057 o bairro faria ou fará .
os seus 500 anos. No entanto temos um decreto municipal obtido por um vereador,
que estabelece a data escolhida ou estimada
de 5 de outubro que é a do
aniversário, dos 500 anos tão discutidos
, que já foi comemorada . Mas tem anos que ela passa em branco, dando a impressão de que tudo ficou
esquecido...Que não importa mais... A data de 5 de outubro coincide com a da
morte ( 05.19.1557 )do Diogo Alvarez Correia .
Cada qual conta as
suas histórias do jeito que sabe e essa é a minha maneira. Nem de longe , me
passa pela cabeça fazer história, mesmo porque historiador , não sou. Ouço e
repasso , mas, antes, penso um pouquinho... Aqui há fatos históricos que não
podem , de maneira alguma, ser contrariados, mas , misturados e contados de
uma maneira meia irreverente , expondo uma opinião pessoal que nada tem a ver
com fatos reais . Apenas interpretação . Em tudo isto , a única coisa que eu
poderia , ainda, desconfiar é como o náufrago , para assustar os índios, quando
foi descoberto, desferiu um tiro certeiro num infeliz de um passarinho que
teve, forçosamente, que interromper o seu vôo . Passou na hora errada , pelo
lugar errado , mas entrou para a história , sendo ou não verdadeiro o fato. Foi
isto que me passaram na escola e continuaram contando. Mas minha curiosidade quer
saber com que arma e, se foi com pólvora molhada , que o homem conseguiu aquele tiro ? Isso ainda me grila !
Mas me contaram que isso foi invencionice de um frei brincalhão para tornar a história mais interessante !
Mas me contaram que isso foi invencionice de um frei brincalhão para tornar a história mais interessante !
Sarnell, 01.11.14
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário