quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Rio Vermelho de outros tempos ! Tudo o que ouvi dizer .





Ontem , um dia bastante quente , à tarde , dei uma saidinha com a minha esposa para ir até a pracinha do bairro, que é bem pertinho da minha casa, para curtir um pouco de ar que o mar costuma nos mandar e pegar um acarajé frito na hora e às nossas vistas, quando um jovem, portando um microfone sem fio onde estava estampada a logo de uma transmissora de TV,  se aproximou de nós que estávamos sentados num banco da praça e , após os cumprimentos de praxe, me perguntou se podia conversar comigo. Me perguntou se eu era um antigo morador do Rio Vermelho, fato que, evidentemente , confirmei, e se podia me fazer algumas perguntas. Começamos então a conversar. Respondi algumas perguntas espontâneas, ou seja, não havia um roteiro , todas elas interessadas nos esportes que se praticava antigamente no Rio Vermelho . Ele, claro, tinha poucas informações. Buscava por elas e, de minha parte, eu também, despreparado para uma entrevista desse tipo e porque os meus interesses nunca foram direcionados neste sentido. O repórter estava interessado num  hipódromo do qual ouviu falar.... Predominou a minha curiosidade , pois, voltando algumas décadas para trás, me lembrei de haver visto , uma única vez, no meio de um matagal, o que restou de algumas cercas de limites do que antes fora um hipódromo e onde realmente aconteceram corridas . O espaço onde tudo isto acontecia era o hoje Parque Cruz Aguiar. Longe da cidade , nos tempos em que ainda tínhamos estrebarias e estábulos. Quando o leite , na prática, ia diretamente das tetas das vacas para as xícaras  sobre as nossas mesas , depois de fervido , em nossas casas , levado até as nossas portas e vendido por litro, medido por uma caneca , algo que não se vê mais hoje em dia, inadmissível ! Mas, vamos voltar ao assunto desta minha crônica. Ouvi pouco ou quase nada sobre corridas de cavalos no RVO mas aconteceram durante algum tempo. O Rio Vermelho, na época, ficava longe do centro da cidade e só podia ser alcançado  por meio dos bondes, que podiam ser da linha 14 a normal  , o 15 que era a linha do Rio Vermelho de baixo e que vinha do Retiro por dentro do mato e do barro seguindo um traçado que hoje é a Vasco da  Gama , que chegou a ser conhecida como a Vasco da Lama, e o 16, “ AMARALINA “ , que passava pelo bairro e fazia a mesma linha que o 14 indo um pouco mais além, ou seja, até AMARALINA “. Todos eles chegavam  apinhados... e eram insuficientes.
Outro esporte , como não  podia deixar de existir, era o futebol.  Que teve, no Rio Vermelho , ao que se saiba, pelo menos dois times, o Botafogo e o Ypiranga que teve a sua sede na rua da Paciência , a antiga, antes de ser ampliada. Ficava ali bem pertinho do ex-Colégio Guiomar Guimarães . Me lembro que o Ypiranga treinava na Chapada , onde hoje é a Ceasinha. Do Botafogo, não me lembro nada. Tomei conhecimento de que os jogos mais importantes e os campeonatos eram disputados no Rio Vermelho. O pior é que é quase tudo na base  do ouvi contar, porque pouca coisa ou nada , ficou para contar a história.O turfe  obteve um grande sucesso, ao que se sabe , mas , mesmo assim, não durou muito tempo.Provavelmente  a dificuldade de transportes foi uma das causas que determinou o seu fim , mesmo porque a cidade estava crescendo e vindo ao encontro ao bairro... Os jogos, então, passaram a ser realizados no Campo da Graça e, posteriormente no Estádio da Fonte nova agora reformado e batizado, não oficialmente, como “Arena Fonte “ , por uma autoridade estrangeira , apagando o nome do ex-governador Otávio Mangabeira , o que considero uma grande injustiça , mas, quem manda não é a FIFA?...Tudo agora, que se pretenda fazer, tem que ser padrão Fifa !
Há registros de que outros esportes foram tentados, como, por exemplo , o Tênis , lá pelos anos 1920/30 , o “criquet” para o deleite dos ingleses, que teria sido praticado onde hoje é a Rua do Boi. O resto, aconteceu no espaço que hoje é o Parque Cruz Aguiar !
O mais estranho é que nos meus tempos de criança nunca ouvi falar destas atividades esportivas por aqui.

O Rio Vermelho, longe do centro da cidade, era tido como um local de veraneio onde o pessoal estressado da época vinha buscar alguma saúde nas águas salgadas , mas nas férias escolares dos seus filhos , já que diziam que o mar curava certas doenças...! Depois uns e outros foram ficando , construções foram surgindo , dando formação ao bairro !

Conversei com outro morador antigo do Rio Vermelho e lhe perguntei o que sabia a respeito. Ele, simplesmente, me respondeu que só sabia o que seu pai lhe havia contado e que, portanto,  não tinha visto nada disso ! Quer dizer: esta é a crôniva doque ouvi dizer e doque me contaram...

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito recentemente eu soube deste hipódromo que ficava aqui no Parque. Mas ouvi dizer que os ares do Rio Vermelho faziam à saúde, motivo pelo qual os médicos receitavam uma temporada aqui no bairro. Eu gosto de ouvir a história do bairro e de saber que antigamente aqui foi um lugar tão bom para se viver.
Cristiano

Sarnelli disse...

Issoé verdade e é algo que me lembro. Uma teporada no Rio Vermelho proporcionava muita saúde e a água do mar curava uma série de doenças...

Anônimo disse...

Acho que vou ter que ir conhecer o Rio Vermelho! Vai que o mar daí ainda tenha estes dons curativos!!!!
BIa