Ontem
, um dia bastante quente , à tarde , dei uma saidinha com a minha esposa para
ir até a pracinha do bairro, que é bem pertinho da minha casa, para curtir um
pouco de ar que o mar costuma nos mandar e pegar um acarajé frito na hora e às
nossas vistas, quando um jovem, portando um microfone sem fio onde estava
estampada a logo de uma transmissora de TV, se aproximou de nós que estávamos sentados num
banco da praça e , após os cumprimentos de praxe, me perguntou se podia conversar
comigo. Me perguntou se eu era um antigo morador do Rio Vermelho, fato que,
evidentemente , confirmei, e se podia me fazer algumas perguntas. Começamos
então a conversar. Respondi algumas perguntas espontâneas, ou seja, não havia
um roteiro , todas elas interessadas nos esportes que se praticava antigamente
no Rio Vermelho . Ele, claro, tinha poucas informações. Buscava por elas e, de
minha parte, eu também, despreparado para uma entrevista desse tipo e porque os meus
interesses nunca foram direcionados neste sentido. O repórter estava
interessado num hipódromo do qual ouviu
falar.... Predominou a minha curiosidade , pois, voltando algumas décadas para
trás, me lembrei de haver visto , uma única vez, no meio de um matagal, o que
restou de algumas cercas de limites do que antes fora um hipódromo e onde
realmente aconteceram corridas . O espaço onde tudo isto acontecia era o hoje
Parque Cruz Aguiar. Longe da cidade , nos tempos em que ainda tínhamos
estrebarias e estábulos. Quando o leite , na prática, ia diretamente das tetas
das vacas para as xícaras sobre as
nossas mesas , depois de fervido , em nossas casas , levado até as nossas
portas e vendido por litro, medido por uma caneca , algo que não se vê mais
hoje em dia, inadmissível ! Mas, vamos voltar ao assunto desta minha crônica.
Ouvi pouco ou quase nada sobre corridas de cavalos no RVO mas aconteceram
durante algum tempo. O Rio Vermelho, na época, ficava longe do centro da cidade
e só podia ser alcançado por meio dos bondes,
que podiam ser da linha 14 a normal , o
15 que era a linha do Rio Vermelho de baixo e que vinha do Retiro por dentro do
mato e do barro seguindo um traçado que hoje é a Vasco da Gama , que chegou a ser conhecida como a
Vasco da Lama, e o 16, “ AMARALINA “ , que passava pelo bairro e fazia a mesma
linha que o 14 indo um pouco mais além, ou seja, até AMARALINA “. Todos eles
chegavam apinhados... e eram
insuficientes.
Outro
esporte , como não podia deixar de
existir, era o futebol. Que teve, no Rio
Vermelho , ao que se saiba, pelo menos dois times, o Botafogo e o Ypiranga que
teve a sua sede na rua da Paciência , a antiga, antes de ser ampliada. Ficava
ali bem pertinho do ex-Colégio Guiomar Guimarães . Me lembro que o Ypiranga
treinava na Chapada , onde hoje é a Ceasinha. Do Botafogo, não me lembro nada.
Tomei conhecimento de que os jogos mais importantes e os campeonatos eram
disputados no Rio Vermelho. O pior é que é quase tudo na base do ouvi contar,
porque pouca coisa ou nada , ficou para contar a história.O turfe obteve um grande sucesso, ao que se sabe , mas
, mesmo assim, não durou muito tempo.Provavelmente a dificuldade de transportes foi uma das
causas que determinou o seu fim , mesmo porque a cidade estava crescendo e
vindo ao encontro ao bairro... Os jogos, então, passaram a ser realizados no
Campo da Graça e, posteriormente no Estádio da Fonte nova agora reformado e
batizado, não oficialmente, como “Arena Fonte “ , por uma autoridade estrangeira
, apagando o nome do ex-governador Otávio Mangabeira , o que considero uma grande injustiça , mas, quem manda não é a FIFA?...Tudo agora, que se pretenda fazer, tem que ser padrão Fifa !
Há
registros de que outros esportes foram tentados, como, por exemplo , o Tênis ,
lá pelos anos 1920/30 , o “criquet” para o deleite dos ingleses, que teria sido
praticado onde hoje é a Rua do Boi. O resto, aconteceu no espaço que hoje é o
Parque Cruz Aguiar !
O
mais estranho é que nos meus tempos de criança nunca ouvi falar destas
atividades esportivas por aqui.
O
Rio Vermelho, longe do centro da cidade, era tido como um local de veraneio
onde o pessoal estressado da época vinha buscar alguma saúde nas águas salgadas
, mas nas férias escolares dos seus filhos , já que diziam que o mar curava certas
doenças...! Depois uns e outros foram ficando , construções foram surgindo , dando formação ao bairro !
Conversei
com outro morador antigo do Rio Vermelho e lhe perguntei o que sabia a
respeito. Ele, simplesmente, me respondeu que só sabia o que seu pai lhe havia
contado e que, portanto, não tinha visto
nada disso ! Quer dizer: esta é a crôniva doque ouvi dizer e doque me contaram...
3 comentários:
Muito recentemente eu soube deste hipódromo que ficava aqui no Parque. Mas ouvi dizer que os ares do Rio Vermelho faziam à saúde, motivo pelo qual os médicos receitavam uma temporada aqui no bairro. Eu gosto de ouvir a história do bairro e de saber que antigamente aqui foi um lugar tão bom para se viver.
Cristiano
Issoé verdade e é algo que me lembro. Uma teporada no Rio Vermelho proporcionava muita saúde e a água do mar curava uma série de doenças...
Acho que vou ter que ir conhecer o Rio Vermelho! Vai que o mar daí ainda tenha estes dons curativos!!!!
BIa
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