A
praga dos celulares
Como seria a vida sem os celulares hoje ?
Foi um amigo que me
inspirou a escrever esta pequena crônica, após eu haver visto uma sua, provocada por uma vizinha na sala de cinema
que, apesar de estar escura e com um filme na tela, não desgrudava do seu
celular para conferir as suas mensagens.
Advertida, continuou a usá-lo dentro da bolsa sem deixar , no entanto,
de continuar a incomodar, mas esta é a história do meu amigo. A minha
também tem a ver, e muito, com celulares. É a epidemia do momento e diria que a
doença pegou a todos de um modo geral sendo que é facílimo encontrar-se pessoas
com dois ou mais celulares e ainda grudadas em jogos eletrônicos o dia inteiro,
com esses tais de tablets , o que faz com que essas pessoas, geralmente jovens,
se alienem totalmente do mundo real.
Os celulares têm muitas utilidades e eles estão por todos os lugares .
Ocuparam tanto espaço e se alastraram ao ponto de muita gente não deixar de
aproveitar um tempinho , mesmo enquanto está no trono , para para fazer alguns contatos Se
o cara, lá do outro lado, perguntar: onde você está ? Certamente a resposta
poderá ser: na praça de alimentação do shopping... Mas eles também freqüentam
os consultórios médicos, ou seja, as salas de espera, onde algumas pessoas se
aproveitam para fazer ligações , mantendo longas conversas e dando um monte de
ordens para quem está na outra ponta, dando a parecer que está administrando um
império , já que hoje em dia não se pode perder tempo porque: time is money , dizem ou diziam os ingleses e as 24 horas do dia não são mais suficientes,
Foi
assim que há algum tempo, estando sozinho em Salvador pois a minha mulher
estava em S.Paulo visitando a irmã, resolvi fazer um dia diferente e fugir dos
badófios que a minha secretária do lar conseguia produzir , mas sem variar. Já
tinha enjoado! Para não andar muito , procurei um restaurante mais perto de
casa e acabei escolhendo um na praça de
Santana. Eram 11,45 quando entrei, salão vazio , mas os alimentos já estavam dispostos no “
banho Maria “ Me servi, escolhi uma mesa da qual eu pudesse olhar para a rua,
sentei-me e comecei a minha refeição. Logo a seguir entrou um senhor, se
acomodou logo atrás, de mim, num salão onde somente eu estava, espalhou uma papelada
sobre a mesa e começou a fazer ligações em voz alta , discussões , raciocínios ,
etc. Claro que me senti incomodado. Virei-me para trás e lhe disse: senhor,
com um salão tão grande e uma praça enorme aí em frente , o senhor vem montar um escritório logo atrás de mim
? Por favor, desejo fazer a minha refeição em paz , isso, com cara feia ! Mas,
mas é muito importante, respondeu ele ! Sim pode ser até que seja mesmo, para o senhor , mas não para mim , que não
tenho nada a ver com os seus problemas e seus negócios . Se convenceu, pegou o seu material e
saiu do restaurante.Nunca mais dei de cara com ele...
Mas
, a crônica tem uma outra finalidade.
Comecei
pensando na minha antiga secretária , que nos serviu muito bem durante 6 anos
exatos , mas não desgrudava do celular ,
que estava sempre no bolso da bermuda. Ela tinha e tem uma família complicada e era
daqui que ela monitorava o seu pessoal. Ora ela chamava, ora era chamada , até
que um dia me irritei e dei-lhe uma bronca, porque gastava um tempo imenso
nessas tais comunicações. Tivemos que discutir o assunto, pois ela se achava que
era um direito seu, inalienável, manter-se em comunicação com o mundo, incluindo
a sua família, principalmente ! Se me lembro, até um tempo atrás, quando uma secretária quando precisava
de uma ligação e até para atender a uma, pedia licença à patroa, mas hoje elas têm os seus celulares e quem vai
discutir ? Eu andava irritado com tantas telefonemas , muito além do limite do
razoável, mas chegou um dia, ainda no
ano passado, em que ela me avisou que só trabalharia até o último dia do ano, pois
havia se aposentado. Não perdi tempo , e antes que ela se arrependesse , redigi
a carta de aviso prévio dela para mim que foi devidamente assinada.
Precisava
preencher a sua vaga e um amigo me arranjou justamente uma auxiliar que tem as
características que eu e minha mulher necessitamos. Caiu a sopa no mel ! Saíu do último emprego porque a senhora que ela cuidava se foi . Espero que fique muito tempo por aqui, só que o problema do
celular continua... Fazer
o que ?