quinta-feira, 31 de maio de 2012

O espaço ficou vazio...quando virão as providências ?

 

Neste espaço e sobre a coluna de mármore negro, na qual já falta uma placa , estava, até o último carnaval, o busto do Patrono da Marinha Brasileira, Almirante Tamandaré. Não se sabe se foi retirado  para " manutenção "  ou mesmo roubado. O fato é que não existe, no local, nenhum indicatico de que o espaço esteja em manutenção... O cercado, em ferro, o salitre destruíu. Colocaram umas placas de congolomerado de madeiras para fechar a área, mas , como é comum acontecer, estas já começaram a desaparecer. Que as fotos falem por si só. A pergunta que fica no ar é: quando o busto voltará pra a sua base e tudo será restaurado ?
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terça-feira, 29 de maio de 2012

Os flanelinhas e limpadores de parabrisas

 
 
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Sou do tempo dos bondes , das marinetes, dos calhambeques  e quase nenhum deles  pelas ruas. Sou do tempo até mesmo das carroças , que prestaram um grande serviço à população, tempo em que um carro era coisa tão rara que todos os animais, pássaros, se espantavam e os cães até lhe corriam atrás, querendo morder-lhe os pneus, pensando, certamente, que aquilo seria um monstro nunca visto . Sou do tempo em que o verdureiro trazia e levava a sua mercadoria  no lombo de um jumento , contida em dois caçoás laterais , muitas vezes feitos com dois caixões de madeira que anteriormente haviam acolhido cada um , duas latas de 20 litros de querosene, combustível muito importante na época , para uso doméstico .  A quantidade dos calhambeques  foi aumentando junto com a população , até chegar aos dias de hoje, bastante transformados e aperfeiçoados. Me lembro como davam partida ao motor. Uma manivela com uma haste comprida, era enfiada na frente do carro por um buraco , para fazer girar o eixo do motor. Alguém dava uma volta , duas, três se necessárias , para o motor entrar em funcionamento. Muitas vezes era o próprio motorista ou “chaufer” como era chamado na época ,  que fazia isso e corria para o carro, para pisar rapidamente  no acelerador e manter o carro em funcionamento, é mole? De Lá para cá,  a mudança foi tão grande que um veículo moderno pode até andar sozinho... Sou do tempo em que você ouvia, de vez em quando , um pneu explodir, coisa que hoje não ocorre mais, e me divertia vendo o motorista , fardado , usando botas e quepi, com pinta de  general, ter que “ fazer a força na rua” , o que era uma novela muito complicada. Trocar o pneu pelo reserva até que era relativamente fácil ! O duro mesmo, era quando se fazia necessário ,  desmontar um pneu, tirar a câmara, localizar o furo e remenda-lo com  a cola Michelin , sempre mantida dentro do veículo , colocar o remendo na câmara , esperar secar , colocar o pneu no lugar e tentar enchê-lo com aquela bomba fixada no chão pelos pés e o êmbulo acionado pelos dois braços do pobre cristão, que fazia força , xingava e suava como um cuscuz em baixo do sol quente ou mesmo chuva , amaldiçoando o mundo inteiro...Em dias de chuva, viajar num calhambeque daqueles era uma tragédia e , pior ainda , se ventasse , porque a proteção eram apenas umas cortininhas de lona e entrava água por todos os lados. A bomba, era algo parecido com um borifador de Flit , acionada à mão ,  como uma aquela de encher bola ou pneu de bicicleta...Ah, sim..flit era o inseticida da época. O limpador do parabrisas era manual e manejado pelo próprio “ chaufer ...de dentro do veículo através de uma manivelinha ...
Sim, mas eu estava indo , indo e indo ,  e quase me esquecia do porquê eu comecei este escrito. Com o tempo, os automóveis antigos , os calhambeques , meia carroceria , com coberturas basculantes, de lona , pintadas de preto, foram sendo modificados, melhorados, houve muito progresso tecnicológico, eles aumentaram demasiadamente. e agora estão espalhados pelo mundo , aos milhões , desde os populares aos especiais, que são verdadeiras maravilhas sobre rodas ... O automóvel , é hoje o sonho de consumo de todas as pessoas ,  pois todas elas querem ter um e circular orgulhosamente ( dá status  ) pelas mesmas ruas antigas de sempre . Vem aumentando o volume de carros e diminuindo os espaços para a circulação, das pessoas. Daí, volto novamente ao passado quando eles ainda eram poucos e nós podíamos ir à cidade, parar na porta de qualquer loja , fazer compras, voltar, colocar tudo no transporte e ir embora tranquilamente. Não haviam problemas nem regulamentos para o estacionamento, áreas específicas , nada disso. As ruas e as praças eram do povo e um automóvel era uma curiosidade ... Falo de uma época romântica em que até paravam os carros para os pedestres atravessá-las . Você podia até mesmo fazer isto lendo um jornal sem o risco de ser atropelado, acredita ? Os motoristas eram educados e gentís e, além do mais, se exibiam com atitudes desse tipo. O curioso é que não haviam sinais de trânsito e você tinha que obedecer aos apitos dos guardas. Tinha que conhecer os apitos...Hoje, é o maior dos problemas e a quantidade de carros gerou o temido e angustiante  congestionamento , que passa a ser um suplício diário. Você passa horas em diversos deles , enfrenta baterias de sinaleiras, cruzamentos, num dia de sol com a temperatura de 32ºC  ou de chuvas com ventos fortes; tem que enfrentar alagamentos e outros inconvenientes  ,  ou procurar sair de ônibus que é o meu caso. Em qualquer das hipóteses ,  você está condenado a terminar o dia estressado e, provavelmente , contabilizando algum prejuízo por conta de buracos escondidos no asfalto nos dias de chuvas . O meu carro está parado na porta de casa, simplesmente enferrujando ,  embora com a licença rigorosamente em dia. Desisti de dirigir e só o faço eventualmente...Não fosse a idade, compraria uma bike !...Uma moto? nem pensar. A mulher não deixa !
Mas, o que mais me incomoda é o aparecimento da figura dos guardadores de carros , os chamados flanelinhas , que estão por todos os lados e todos os cantos. Com a dificuldade de se encontrar uma vaga para estacionar, você não escapa, onde quer que seja, de um deles, que você não vê quando chega, mas que aparece de repente surgindo quem sabe de onde, no momento exato em que você já pescou uma vaga e quase terminou a manobra estendendo-lhe o braço com o punho cerrado e o polegar levantado para fazer notar que ele está ali e lembrar que, vai tomar conta do seu carro e que na sua saída, certamente, merecerá um prêmio obrigatório pelo serviço prestado na marra...Há os exigentes, que estabelecem tarifas , até altas  e  aqueles que cobram adiantado e que você não vê mais quando vai embora... Essa turma me irrita... Já ando pouco de carro , mas , vez por outra, necessito fazê-lo. No entanto , se vejo que,  no pedaço , tem um , ou não dou importância ou vou para mais adiante à procura de outra vaga , mas fico nervoso... Algumas vezes reclamo, alegando que quando cheguei ele não estava no local e até brigo ! Tem também o pessoal do sindicato...que só aparece  nos dias e locais de movimento... Enfim, onde você procura encostar o seu carro,  sempre aparece um flanelinha , um guardador de carro ,  um membro do sindicato , os donos dos pedaços ,  ou , então ,  é a própria prefeitura que tomou o espaço do povo e instituiu uma tal de  “Zona azul”, um caça-níqueis ,  que é um estacionamento rotativo , onde, por um determinado tempo ,  você paga pelo espaço que ocupar. Não há mais praças para os proprietários de veículos que pagam anualmente os seus impostos para circular e até para e estacionar . Mas onde ?. Nas ruas , não dá mais !  Em estacionamentos de uma rede de concessionários  , tanto em via pública quanto em edifícios ? Em todos os  casos , pagando uma alta tarifa? Mesmo que fique só alguns minutos , você paga,  pela “ primeira hora” integral que não é barata; Se ficar fazendo sala em um consultório médico ou clínica ,    à espera do profissional , ou da sua vez,  os ponteiros do relógio vão aumentando o valor do seu ticket de saída ...


Estava me esquecendo , mas há uma figura chata e insistente nas ruas , zumbindo juntos aos ouvidos dos motoristas: os limpadores  de parabrisas , que já atacam esguinchando água no vidro dianteiro do seu carro e aí, não tem mais jeito ...

Seja como for, não me conformo com este estado de coisas , muito menos com os flanelinhas e guardadores de carros que não guardam nem tomam conta de coisa alguma , apenas tomam o seu dinheiro...


Foi hoje! Um episódio pitoresco.Saindo de uma clínica com a minha mulher, já após o meio dia, fui almoçar em um restaurante na rua do meio, aqui no Rio Vermelho, que costumo freqüentar. Encontrei uma vaga quase que bem na porta do restaurante. Nisso, minha mulher me disse: olha o cara que vem vindo aí , parece bêbado... De fato, vinha ao nosso encontro com passos indecisos, passou  sem dizer nada e sumiu ! Almoçamos e saímos . Demos de cara com o dito cujo que, percebendo outro motorista um pouco mais longe que estava saindo, correu para apanhar a graninha e voltou para nós . Azar ! Minha mulher lhe perguntou : o Senhor está bêbado ? Com voz pastosa e com dificuldade , respondeu que não. Como não, disse minha a minha mulher , e perguntou : e esses olhos avermelhados ?

É que eu tomo “ controlados , minha senhora “...

terça-feira, 22 de maio de 2012

Minha viagem à Itália


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Uma viagem à Italia

Em 1986 ,  eu trabalhava numa grande  empresa do Porto Seco, Pirajá, aqui em Salvador – Ba. e tinha o costume e voltar para casa,  para o almoço, e retornar conduzindo o meu Cordel branco 1.4 , a minha realização da época , para o segundo expediente., curtindo a rodovia, naquela época não tão movimentada.
Na metade de um belo dia de maio ou de junho, não me recordo bem , ao chegar em casa , a minha mulher me anunciou que estava de viagem combinada para a Itália com a irmã e, vejam só, que eu não iria ! Justo eu que vim criança de colo e nunca mais tinha retornado ao meu berço ! O projeto era ir toda a família, totalizando 7 indivíduos , aumentando o grupo pra oito pessoas, ao qual me incluí.  Foi assim, de repente , na lata .! Depois do almoço, caladinho, caladinho, rumei para a Polícia Federal , que, naquela época , funcionava no armazém n. 01 das Docas, chegando em casa com um passaporte nas mãos  e dizendo à minha esposa: eu vou !...

Deu trabalho conseguir licença para a viagem , pois me julgavam indispensável  , coisa que eu já realmente não era, por uma série de circunstâncias,  além do mais eu já havia gozado umas férias naquele ano, por falta do que fazer... Havia decidido! Se não me liberarem, me demito e pago dos 30 dias . Não havia acordo... eu tinha que viajar...

Pois bem, a viagem  aconteceu no mês de julho, mas de uma forma sui generis. Você pode mesmo ter o direito até de não de acreditar.

Todas as tratativas foram realizadas em S.Paulo pela minha cunhada , por sinal numa agência turistica cujo dono se chama exatamente Bartolo  , ou se chamava .  O único xará que encontrei na vida! Tudo acertado , entrada depositada, os restantes dos pagamentos seriam realizados em 10 parcelas normais , mas foi aí que a coisa , virou mistério , aconteceu ! A companhia que deveria nos levar era a Aerolíneas Argentinas, cujos funcionários entraram em greve , exatamente quando eu iria viajar.  e o impasse estava criado. Não se encontravam passagens em outras companhias e eu já havia desistido da viagem, Retornaria para Salvador, não fosse a insistência do pessoal . Finalmente, uma solução : iríamos para o Rio fazer uma conexão com a Air Marroc até Casa Blanca, na África,para seguir para Roma num vôo da Alitalia. Apesar de alguns pequenos transtornos em Casablanca, pode-se dizer que tudo correu direitinho. Chegamos a Roma recebidos pelos parentes do lado da família de minha mulher, rodamos pela Itália chegando a Piza, Napoli, Pompéia  Firenze, Veneza, e outras cidades importantes, completamos o nosso passeio e chegou o dia da volta. Começou que a minha volta e a do meu cunhado , aconteceu num dia de feriado nacional que chamam de Ferragosto em que a Itália toda pára e que é até proibido morrer , porque quem mora perto do mar vai para as montanhas e quem já está nelas vai para o mar. Além do mais , nem os Padres nem os coveiros trabalham ! Foi uma dificuldade !... De Roma, eu e meu cunhado formos para Frankfurt pela Alitalia fazer uma conexão com a Lufthansa e finalmente amanhecemos em Campinas ,S.Paulo , voltando para casa . A coisa que mais desejávamos era uma feijoada e uma caipirinha , que fomos encontrar num dos tantos restaurantes paulistas e descansar da longa viagem.  Descemos no mesmo dia para visitar um cunhado e subir no dia seguinte quando eu voltaria à Salvador. O mais interessante é que meu cunhado enfiou na cabeça que eu embarcaria pelo aeroporto de Congonhas , quando a realidade era Cumbica. Quando percebemos o engano, pé no acelerador ; Era um dia de domingo , com estradas livres ,  mas formos parados pela rodovirária. Expliquei que estava perdendo o avião, mostrando as passagens e o policial disse : está bem, baiano ,  mas da multa não escapam. Foi para o bolso do meu cunhado !...


Cheguei em Casa e esperei o resto da turma que ficara na Itália, voltar... A primeira coisa que me aconteceu foi eu ter sido demitido da empresa logo após ter me apresentado . Durei apenas uma semana , mas fiz com que a empresa oferecesse aos meus colegas de trabalho um almoço de despedida  no Baby Beef , regado de tudo de bom, pago por um crédito que eu tinha por ter vencido uma aposta com o gerente,  sobre o montante de venda de botijões de gás de um só dia...Foi durante o almoço que o meu até então gerente me perguntou: e agora, Sarnelli, o que você vai fazer ? Coçar o saco, foi a resposta que deixou a todos constrangidos e eu sei lá os meus motivos !...
Mas a história não terminou aí porque, como havíamos comprado as passagens a prestação e pago apenas a parte correspondente à entrada .  ficavam pendentes as prestações que não conseguimos nunca pagar , pois, por mais que procurássemos , nossos nomes, simplesmente , sumiram dos computadores da empresa inicial , lou seja: da Aerolineas Argentinas.


O tempo passou, alías, contado em anos, até que,certamente , a divida prescreveu e passou a ser incobrável Não posso, honestamente, considerar o fato um presente de grego e sim de argentinos, não é verdade?


Imaginem a situação. Viajamos num grupo de 8 pessoas para a Itália  utilizando diversas empresas . De S.Paulo para o Rio , a TRASBRASIL, do Rio para o Marrocos, Casablanca,com a Air Marroc, de Casablanca para Roma, a Alitátilia e, na volta,novamente , a Alitália, até Frankjfut e daí  até Campinas. A Aerolíneas Argentinas , com a confusão da greve dos seus funcionários perderam totalmente o fio da meada.  Pagamos apenas 0s 20% da entrada e nada mais... Não sei onde foram parar os  vinte por cento de sinal , muito menos explicar o que aconteceu ...Praticamente , viajamos de graça mas,para terminar , É preciso acrescentar um detalhe . A minha sogra, em vida, sempre disse que nos levaria a todos de uma só vez à Itália e , de fato, aconteceu, depois que ela se foi. E aí fica a pergunta no ar:  será que ela andou mexendo com os pauzinhos lá por cima ? 8 pax ida e volta . ...Tire a sua conclusão! " gracias  hermanos! "....

Sarnelli , 20 de maio de 1912.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Banhinho com sabonete e água da bica de Ondina , em plena av.Oceânica !....

 
 

 
Enquanto a gestão municipal , se interessa mais  por festas como carnaval ,  Micareta , até mesmo em cidade do interior , e o seu maior responsável   aparece , em outras oportunidades , cheio de amor, em outros eventos,   ele deveria ter também um grande carinho  pela cidade, o que não ocorre. Então , acontece coisa como essa...

Essa bica é centenária, tenho a certeza, pois me lembro dela desde criança e via um constante ir e vir de pessoas carregando garrafões vazios que retornavam cheios de  água da biquinha ,  que , já naquele passado longíquo , oferecia o precioso líquido fresquinho e totalmente descontaminado da mesma forma como continua , ainda hoje, jorrando através das pedras, na fonte,  durante as 24 horas do dia , um líquido precioso e vital para a vida , mal aproveitado , que está se tornando cada vez mais escasso no planeta . Mas, vejam só.: a biquinha , que consta dos bens municipais , como um patrimônio público, aos cuidados da Fundação Gregório de Matos, abandonada que está há muito tempo, serve hoje para a lavagem de trapos, de pés de pessoas que saem da praia com eles cheios de areia e até para banhos com sabonete e tudo , como documentam as fotos que ilustram esta postagem.

Ela está toda quebrada e precisa de recuperação imediata . Enquanto aqui não se dá o mínimo valor à uma dádiva como aquela, em outros lugares, a municipalidade  trata logo de aproveitar o pedaço , criando algo útil ( aqui, no caso, a baixo custo ) e de interesse público.  Claro que, dada a sua localização ,  numa avenida de tráfego intenso e com toda aquela rocha por trás, pouca coisas se pode fazer , mas um projetinho simples e de bom gosto  , uma valorização,  por menor que seja ,  é algo fácil de se fazer . Onde a administração pública  se preocupa com o visual de um sítio tão visível para a população e turistas , não se justifica nenhum tipo de abandono e é preciso dar atenção ao patrimônio , dando , inclusive ,   mais um “que” à paisagem e evitando espetáculos inadequados. Uma “ biquinha como aquela é algo que deve ser aproveitado ,  não abandonado. E não é local para se tomar banho de água doce !

Não dá para aceitar o abandono a que relegaram a bela Salvador como um todo . Vamos ter que  trocar aquele famoso slogan com que recebemos os visitantes : “ Sorria, você está na Bahia ” por outro mais ou menos assim : “ feche os olhos, você está na Bahia...” ou, então :  convidar os turistas , fazer uma campanha,  com uma certa urgência...“ Venham logo, antes que tudo acabe !”...

Vamos, gente. Vamos pensar na cidade e trabalhar ! Ainda tem uns meses pela frente para serem aproveitados...
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terça-feira, 8 de maio de 2012

Curtindo recordações ...e vendo o hoje !.


Morro da Sereia em foto de  08.05.2012

Visão do Morro da Paciência até o Morro da Sereia - 08.05.2012
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Esta foto me levou de volta à minha infância , quando eu morava no que chamávamos Rua da Sereia, onde o meu avô Pasquale construíu a sua casa no meio do nada e que, naquele tempo, dava frente para a avenida Getúlio Vargas, hoje conhecida oficialmente como avenida Ocêanica.  Da varanda da casa , se dominava toda a paisagem . Local aprazível,  inclusive tínhamos uma prainha particular com o piso cheio de pedras , mas isso não era problema. Meu avô usava tênis, aqueles vagabundos que existiam naquela época. Eu não ligava para isso e sim ,  para as mutucas que nadavam sob as solas dos nossos pés.  Foi por ali que vivi parte da minha infância pescando, tomando banhos de mar, arrancando pina-unas das pedras , correndo quando soava a sirene  anunciando uma nova explosão .. , empinando arraias , jogando bola na praia que hoje chamamos de Praia de Ondina.
A foto não está fazendo outra coisa que me mostrar , vista da Rua da Paciência, como a paisagem mudou ! Observe um espaço vazio entre as casas e uma ponta de pedra que ainda aparece – Aquele vazio, se deve à exploração da pedreira que ali existia e, certamente, deve existir ainda. Houve ali, uma intensa atividade na exploração da pedreira, até a sua proibição – aquele vão não existia  ! o Morro da Sereia descia suavemente em direção ao mar , terminando ali naquela ponta que vai até a maré ,  que a proibição fez com que ficasse. Provavelmente, intervenção da Marinha .

Claro que o Morro da Sereia não era o que é hoje. Falo dos anos 40 quando tudo ali era mato puro , quando ali se praticava um ritual e dos tempos em que a polícia ia atrás , porque também não era permitido ... havia ocasiões em que passávamos a noite inteira ouvindo o rufar cadenciado dos tambores.

Com a população crescendo e  com mais necessidade de moradias, sempre na cidade e, melhor ainda, mais perto do trabalho, começaram a surgir os primeiro barracos,  as primeiras construções , e foram sempre aumentando , mas ocupando apenas  uma parte do morro , aquela que dá para Ondina , até que saturou e hoje, visto de Ondina, oferece o o aspcto de um presépio...Uma parte do morro, ficou preservada e foi onde começaram a surgir as construções mais sofisticadas, até mesmo de luxo, ficando  dividido e apresentando diversas paisagens . Visto de Ondina, o Morro da Sereia tem muita semelhança com um presépio e os espaços estão todo ocupados...

Visto da Rua da Paciência , a paisagem já é diferente , mas dá para notar o espaço vazio que  a exploração da pedreira deixou, e até onde estão indo as construções que estão descendo a encosta do morro , que já chegaram até, onde poderiam chegar antes de  mergulhar no mar...

Voltando à pedreira , um detalhe : no meio de todo aquele imenso bloco de pedra detonado , que se destinou, como era costume, à construção de muros, paredões, alicerces, etc., havia uma caverna : “ o buraco da sereia ! “ .Até diziam que ela própria, vez por outra ia descansar ali...

Naquele  ponto , se concentravam pescadores profissionais com os seus varapaus ( bambu tratado ) e faziam boas pescarias. Bodiões, garoupas, beatrizes, barbeiros , saramonetes , dentões , etc. Em eterminadas épocas do ano , encostavam cardumes de xixarros, de garicemas , de taínhas , xaréus...

Depois, evidentemente, com a pesca à bomba, os peixes se afastaram . Havia um local agradável , uma caverna nas pedras , de pedras lisas , onde você podia se deitar , dentro do “ buraco , que era amplo “ e até mesmo tirar uma soneca, vislumbrando uma paisagem maravilhosa do verde mar de Salvador, ou azul ? Ou, ainda, das duas cores em sub tons ? Pois bem . Eu divido aquele morro em duas partes. E de fato está dividido porque há um grande muro que faz essa função. Hoje há uma ala popular e outra Vip. O Morro da  Sereia ,  sem o “ Buraco da Sereia”,  e, agora ,a parte do Morro da Paciência cujo acesso está sob controle dos proprietários de mansões milionárias , com direito a segurança e tudo !

 Era costume do velho Pasquale ficar na varanda para ver qual pescador passava e lhe dizia, por exemplo: Renato( um profissional da pesca que morava no Morro da Sereia) ,  pode trazer tudo o que pegar . 

Não demorava muito e o Renato voltava com uma variedade ... peixes frescos, pescados na hora , com cheiro de mar e gosto de mar ! E voltava para as pedras para novas tentativas... sempre com resultados positivos !

terça-feira, 1 de maio de 2012

O meu transporte preferido ( e único )na cidade de Salvador



                   O trânsito em Salvador e a administração pública
  1.  
  2. Todos nós sabemos como é o trânsito em Salvador, desde o humilde trabalhador que nos horários do rush , viaja de qualquer jeito e de qualquer maneira em ônibus velhos e mal tratados ,  de modelos diferentes , alguns sentados, a maioria, em pé e sem distinção de crianças, senhoras e idosos em geral.
  3. O engravatado executivo que passa horas de cada dia bloqueado nas vias da cidade , também sofre , porém na comodidade dos seus veículos cheirando a fábrica e curtindo um arzinho condicionado sob o forte sol tropical que ilumina e aquece o nosso dia a dia, algo que é para poucos, mas, mesmo assim, não podemos nos esquecer dos dias de chuva e ventos fortes. Seja como for, com incentivo à venda de carros e prestações baixas a perder de vista ...não podemos criticar quem pretenda ter o seu carro,  viajar sozinho e exigir que deixe o seu meio de transporte em casa para viajar num ônibus superlotado, ter o seu terno elegante amarrotado, a sua gravata espichada, e chegar suado e cansado no seu local de trabalho. Não esquecer, que haverá uma viagem de volta em sentido contrário, no mesmo estilo, nos fins dos dias.... Seja como for, com incentivos à venda de carros , juros baixos , barateamento do fim da linha de produção do ano passado e prestações baixas a perder de vista , ... de 700 a 800 veículos  entram em circulação todos os meses e as vias continuarão as mesmas !... Elas não se reproduzem sozinhas. Quem é que vai ligar para isso ? O prefeito ? Iremos seguindo assim até que aconteça o colapso total , mas elas, as autoridades, não estão ( ou estão e não dizem nada ?  ) preocupadas com o problema...afinal de contas não são eternas. É só empurrar o problema para frente com as barrigas por mais alguns meses e, pronto ...
  4. E o que fazem ? Abrem novas vias ?  criam  viadutos ? um dos  quais,  por demais necessário , deveria ser construído na Mariquita , no Rio Vermelho? E o nosso metrô, funciona ou não ? Continua sendo piada para o Brasil inteiro ? Os transportes  que temos circulando pela cidade são ônibus velhos, mal cuidados e dão até mesmo a impressão de serem unidades rejeitadas em outros estados, reformadas e jogadas em Salvador. É só conferir os tipos, principalmente as janelas, o sistema de ventilação. Há ônibus que não servem para uma cidade quente como Salvador...Os estribos são altos demais para certas pessoas, causando-lhes dificuldades para subir e descer, principalmente se tiverem alguma deficiência... Falar em pontos e paradas de ônibus, é um outro assunto desagradável...que parece não pertencer à administração da cidade ! Digo apenas que há pontos em que os passeios que acolhem os usuários, estão abaixo do nível do asfalto ! Não é um absurdo ? – també essas dificuldades impostas ao povo vão sendo empurradas para a frente até que chegue um novo gestor...
  5.  
  6. Eu já resolvi o meu problema e, com isso , contribuo com a minha gotinha d’água de apagar o incêndio do colibri , que alega estar fazendo a sua parte... Com a idade que tenho, prá que tanta pressa ?...
  7. Deixo  o meu carro na porta de casa, enferrujando , sob o sol e a chuva , marcando o meu espaço, caso contrário, alguma aluna da escola de decoração coloca o seu caro bem em frente ao portão da minha garagem, apesar da placa de aviso e o asfalto zebrado, pois ninguém respeita ninguém e pensa que está só no mundo, ...complicando a minha  situação. Até parece que os ou as motoristas de hoje , a maioria, além de ter pouco respeito ou mesmo nenhuma consideração aos direitos dos outros, não conhecem a sinalização de trânsito, principalmente a horizontal, pois há um espaço zebrado em frente à minha casa, exatamente o espaço que preciso para entrar, sair e parar ! O meu bairro, que nasceu como  residencial, e , com a complacência das autoridades que nós mesmos elegemos, foi transformado em comercial com a liberação de alvarás sem o menor critério. Não há passeios que resistam nem que bastem . Os carros ( e os caminhões também ) atraídos pelas atividades do Parque,  são tantos ,  que tomam conta de todos os espaços , jogando os pedestres para o asfalto e a área  está saturada. O Parque Cruz Aguiar é o paraíso dos bares, restaurantes , dos bebuns  que fazem a vida noturna. Durante os dias, é o comércio e outras atividades, às noites são noctívagos...E, o pior, é que cada um faz o que quer...
  8. Bem, voltando ao meu caso , deixo o meu carro na porta de casa , rolo pela cidade de buzão na base do 0800 , vou para onde quero e bem entendo sem incomodar ninguém nem me preocupar com estacionamento que está um problema e custando os olhos da cara...
  9. Já vão longe os tempos em que os cães corriam atrás dos carros tentando morder-lhes os pneus. Certamente pensavam que um monstro estava chegando. Não é que tinham razão ? E agora, o que é que vai acontecer com a bela e ensolaradas Salvador de poucas ruas apertadas e menos avenidas do que necessita e sem os viadutos que resolvam grande parte dos seus problemas ? Eu não acredito que os chamados VLTs venham de verdade a rolar em Salvador. Se rolar, não será uma solução definitiva . Aliás, nem acredito mesmo na Copa de 2014 ! Sou um descrente , mas espero estar errado .Espero que alguém mostre isso !
  10. Sarnelli, 28 de abril de 2012
  11.  
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